Contents
- 1 Qual a função do cimento de ionômero de vidro?
- 2 Quando é indicado o CIV?
- 3 Quais os 4 tipos de ionômero de vidro?
- 4 Como usar ionômero de vidro?
- 5 Qual ácido usa para CIV?
- 6 Por que é importante aplicar vaselina após a restauração com CIV?
- 7 Para quais casos não estariam indicados os cimentos de ionômero de vidro?
Qual a função do cimento de ionômero de vidro?
ARTIGO DE REVISÃO REVIEW ARTICIE Utilização do ionômero de vidro em odontopediatria Glass Ionomer cemnent in pediatric desistry Francisco Wanderley Garcia de Paula e Silva I ; Alexandra Mussolino de Queiroz II ; Aldevina Campos de Freitas II ; Sada Assed III I Aluno do Curso de Pós-graduação (Doutorado) em Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/USP II Professora Doutora de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/USP III Professora Titular de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/USP Endereço para correspondência RESUMO O cimento de ionômero de vidro atualmente é considerado o material de escolha para uma variedade de procedimentos clínicos em Odontopediatria.
Sua utilização é interessante devido às suas propriedades satisfatórias, dentre elas, a adesão aos tecidos mineralizados, a biocompatibilidade, o coeficiente de expansão térmica semelhante ao dente e, principalmente, a liberação de flúor. O objetivo deste trabalho é o de descrever as principais indicações do cimento de ionômero de vidro na prática odontopediátrica, destacando-se, dentre elas, seu uso para selamento de cavidades durante a etapa de adequação do meio bucal, o tratamento restaurador atraumático, como selante de fossas e fissuras, como base de restaurações, como material restaurador, na técnica do amálgama aderido e para cimentação de coroas de aço cromado e mantenedores de espaço fixos.
Descritores: Cimento de ionômero de vidro; Odontopediatria. ABSTRACT Actually the glass ionomer cement is the chosen material in many clinical procedures made in pediatric dentistry. It presents satisfactory properties like adhesion to dental surfaces, biocompatibility, thermal expansion coefficient near to dental structure and the release of fluoride.
The aim of this work is to describe the most relevant indications of glass ionomer cement on pediatric dentistry practice, like provisory restorations, atraumatic restorative treatment, pit and fissures sealants, liner, as definitive restorative material, on amalgam bond technique and cementation of stainless steal crown and fixed space maintainers.
Keywords: Glass ionomer cement; Pediatric Dentistry. INTRODUÇÃO Os cimentos de ionômero de vidro foram introduzidos no mercado, no final da década de 70 e, desde então, vêm sofrendo grandes modificações para se adequarem às diferentes necessidades clínicas.
- Quanto à sua natureza, podem ser classificados em 3 categorias: os convencionais, os reforçados por metais e os modificados por resina.1 O cimento de ionômero de vidro convencional apresenta-se sob a forma de pó e líquido.
- O pó é composto de sílica (SiO), alumina (Al203) e fluoreto de cálcio (CaF2), sendo de caráter básico.
O líquido contém ácido policarboxílico sob a forma de co-polímero com o ácido itacônico, tricarbálico, malêico ou tartárico, que aumentam a reatividade e diminuem a viscosidade do produto. Quando misturados, inicia-se uma reação de presa do tipo ácido-base para formar um sal hidratado, que atua como matriz de ligação entre as partículas de vidro.2 Com a evolução dos materiais, surgiram os chamados cimentos anidros, nos quais os poliácidos são liofilizados e agregados ao pó 3, e o líquido utilizado pode ser a água destilada ou uma solução aquosa de ácido tartárico a 10%.
Posteriormente, surgiram os cimentos reforçados por metais, seja na forma de partículas metálicas incorporadas ao pó do cimento convencional ou resultantes da sinterização de partículas de prata a sílica dos ionômeros convencionais, os chamados cermets.1,2 A mais recente inovação foi a inclusão de componentes resinosos que resultou nos cimentos de ionômero de vidro modificados por resina.4 Nesses sistemas, dois tipos de reação de solidificação ocorrem reação ácido-base entre o pó de vidro e o ácido policarboxílico e uma reação fotoativada de polimerização de radicais livres entre os grupos metacrilato e o 2-hidroxietilmetacrilato (HEMA).
Essa segunda reação propicia menor tempo de presa, tempo de trabalho maior e, principalmente, melhores propriedades físicas. Entretanto, com os ionômeros fotopolimerizáveis, não há garantia de completa polimerização, razão por que o poder de penetração da luz é limitado à certa profundidade, por isso os fabricantes desenvolveram um material com um terceiro mecanismo de cura, com a finalidade de melhorar a polimerização dos grupos metacrilato e HEMA.
Essa terceira reação é iniciada por um sistema catalisador redox hidro-ativado e é chamada de “presa no escuro”, autopolimerização ou polimerização química da resina.1 Dentre as propriedades do ionômero de vidro, destaca-se a adesividade à estrutura dental, o coeficiente de expansão térmica linear semelhante ao dente, a biocompatibilidade e a liberação de flúor.
Para que o material adira, a superfície do dente é molhada pelo líquido, os íons hidrogênio reagem com a superfície mineralizada, deslocando íons cálcio e fosfato que ficam ligados aos grupos carboxila e ao dente.1 Quanto à liberação de flúor, esta ocorre tanto pelos ionômeros convencionais como pelos modificados por resina; é maior nas primeiras 24 horas e estabiliza com o passar do tempo.5 O flúor liberado pode atuar diretamente no processo de remineralização, influenciando, também, a microbiota do biofilme adjacente,6 uma vez que estudos clínicos mostraram que o crescimento de estreptococos do grupo mutans é inibido no biofilme adjacente ao material.7,8 Ainda, a liberação de flúor é interessante em Odontopediatria, pois os pacientes são despreparados do ponto de vista comportamental para o controle da doença cárie, e o flúor liberado apresenta capacidade de remineralizar a estrutura dental e paralisar o processo de cárie.9 Como propriedades desfavoráveis, encontra-se a alta solubilidade inicial e risco de perda e a incorporação de água (sinérese e embebição) que podem resultar em alterações dimensionais, perda das propriedades mecânicas e formação de trincas e rachaduras.
Portanto, a proteção da superfície, após a presa inicial do material, é de fundamental importância, sendo, para isso, utilizados vernizes do próprio cimento, vernizes cavitários, sistemas adesivos, resina fluida ou esmalte cosmético.10 Assim, em função das diversas propriedades do ionômero de vidro importantes à clínica odontopediátrica e das várias formulações clínicas que conferem versatilidade ao material, permitindo sua aplicabilidade em diferentes situações clínicas, o objetivo deste trabalho é o de revisar as possíveis indicações do cimento de ionômero de vidro em Odontopediatria, com a finalidade de otimizar seu uso pelos profissionais e permitir que os pacientes infantes se aproveitem de suas propriedades.
REVISÃO DA LITERATURA Adequação do meio bucal O tratamento odontológico objetiva não apenas a reabilitação bucal do paciente mas também a manutenção da integridade do sistema estomatognático. Assim, o tratamento restaurador deveria ser realizado somente quando a doença cárie estivesse controlada.
Com esse objetivo, é interessante o selamento temporário das lesões de cárie cavitadas, a fim de promover a redução da atividade cariogênica, enquanto são instituídas medidas preventivas de controle e reversão do quadro clínico de risco à cárie.11 Os cimentos de ionômero de vidro convencionais podem ser indicados para o selamento provisório de cavidades, devido as suas propriedades favoráveis de adesão à estrutura dentária, liberação de fluoretos, paralisação do processo de cárie e baixo custo.
A propriedade de adesão à estrutura dental é de fundamental importância na fase de adequação do meio bucal, na medida em que promove um adequado vedamento na interface dente/ restauração e dificulta a infiltração marginal.11,12 Tratamento Restaurador Atraumático O tratamento restaurador atraumático (ART- Atraumatic Restorative Treatment) é um sistema de controle da cárie dental, que pode ser desenvolvido sem a necessidade de todo o equipamento tradicionalmente usado em Odontologia.13 Para realizar a técnica, são necessários poucos instrumentos, que podem ser facilmente acondicionados num recipiente e transportados em qualquer veículo, dando assistência às populações de todas as localidades.
Dentre esse instrumental, estão o espelho bucal, a sonda exploradora, a pinça clínica, colheres para dentina e outros para manipulação e inserção do cimento de ionômero de vidro, o material de escolha para restauração.14 Geralmente não é realizada a anestesia, pois somente é removida a dentina completamente desorganizada.
O isolamento do campo operatório é relativo, por meio de rolos de algodão, e a remoção da cárie é manual, utilizando-se colheres de dentina. A cavidade e a superfície oclusal, se presentes, devem ser tratadas com condicionador dentinário e é indicada a proteção pulpar com hidróxido de cálcio em cavidades profundas.
Para manipulação, a proporção pó/líquido deve ser rigorosamente observada, seguindo as instruções do fabricante assim como o tempo de espatulação. O aspecto brilhante, característico da mistura, indica que os ácidos ainda não começaram a reagir com o cálcio e alumínio do pó e se encontram livres para reagir com o cálcio da estrutura dental, sendo esse o momento ideal para inserção na cavidade.15 Após o preenchimento total da cavidade, o ionômero deverá também ser aplicado sobre as cicatrículas e fissuras.
O profissional deve, então, lubrificar a luva com vaselina e pressionar a superfície que está sendo restaurada por 2 minutos, a fim de evitar a inclusão de bolhas e melhorar a adaptação do material às paredes cavitárias e superfície oclusal. A seguir, deve-se remover os excessos e verificar os contatos oclusais.
Remove-se o excesso de vaselina, e a superfície deverá ser protegida com verniz cavitário ou esmalte cosmético.1 Porém essa técnica de tratamento ainda precisa ser avaliada, pois existem poucos trabalhos longitudinais sobre a duração dessas restaurações.13 Entretanto, o índice de sucesso relatado para dentes decíduos é de 79% para restaurações de 1 face e de 55% para restaurações de 2 ou mais faces.14 Selante de fossas e fissuras O CIV tem sido utilizado com a finalidade de selamento de fossas e fissuras em função das suas propriedades físicas e químicas16 ( Figuras 1A e B ).
Embora a retenção seja inferior à dos selantes resinosos, 17-19 a capacidade deste material na prevenção de lesões de cárie parece não ser afetada, uma vez que o ionômero permanece retido na profundidade da fissura20,21 mantendo, então, a capacidade de ação química, por meio da liberação de fluoretos.17 Trabalhos de pesquisa utilizando ionômero de vidro, modificados por resina, mostraram um aumento na adaptação e penetração do material nas cicatrículas e fissuras oclusais, quando foi realizado o condicionamento prévio da superfície com ácido poliacrílico a 10% 22,23 ou ácido fosfórico a 37%.24 Esses materiais têm apresentado melhores resultados com relação à retenção e ocorrência de lesões de cárie, se comparados aos cimentos ionoméricos convencionais.25 Assim, os selantes de ionômero de vidro podem ser considerados uma alternativa aos selantes resinosos em situações clínicas, como dentes em infraoclusão e quando é impossível o isolamento do campo operatório.13 Forramento/base de restauração Os primeiros materiais ionoméricos foram introduzidos no mercado com o objetivo de serem utilizados como base de restauração, em virtude de sua capacidade de promover um bom selamento marginal e de proteger o remanescente dentinário, sendo ainda hoje considerados o material de escolha para base de restaurações de amálgama de prata e resina composta 13,15,26 ( Figuras 2A e B ). Ao ser aplicado nas paredes pulpar ou axial, em associação com restaurações de amálgama, o ionômero proporciona uma diminuição na concentração de esforços capazes de causar fratura dentária e também diminuição da condutibilidade térmica. Sua utilização como base na reconstrução de paredes internas sob restaurações, quando há esmalte socavado, faz com que o material funcione como uma dentina artificial.1 Como forramento de restaurações de resina composta, o uso do ionômero também é interessante, pois ocorre a união da resina ao ionômero de vidro convencional devido ao embricamento mecânico entre o agente adesivo e as micro-retenções produzidas na superfície do cimento, em função do condicionamento ácido.3 Smith e Soderholm 27 avaliaram o efeito do condicionamento com ácido fosfórico em diferentes tempos de aplicação sobre o cimento de ionômero de vidro e observaram que,abaixo de 10-15 segundos, houve apenas dano superficial do cimento.
A partir de 15 segundos de condicionamento, tornou-se visível uma linha demarcatória, indicando a penetração do ácido em profundidade no cimento. Assim, os autores sugeriram que, quando o condicionamento ácido for utilizado sobre o cimento de ionômero de vidro, o tempo de aplicação não deveria exceder a 15 segundos.
Os cimentos modificados por resina, por sua vez, apresentam componentes resinosos em sua composição, dispensando a necessidade de condicionamento ácido superficial, a fim de promover retenção mecânica, pois ocorre uma adesão química entre o HEMA do cimento e a resina composta.1 A utilização de materiais ionoméricos associados à resina composta tem se constituído numa alternativa importante, pois permite diminuir a quantidade de resina composta, minimizando a contração de polimerização 3 e criando uma interface ácido-resistente pela liberação de íons flúor, o que constitui um mecanismo acessório no controle do processo de desmineralização.1 Pode ser realizada também a técnica mista mediata, em que o cimento ionomérico é inserido em toda a cavidade na primeira sessão, e, numa sessão posterior,é feito o desgaste superficial para acomodar a resina composta, quando o material apresenta maior resistência, pois a maturação do cimento estaria avançada.28 Restauração O cimento de ionômero de vidro modificado por resina é considerado o material de eleição em determinadas situações em Odontopediatria, em função das suas propriedades satisfatórias e por permitir a confecção de um preparo mais conservador 13 ( Figuras 3A e B ). Após a seleção da cor, anestesia, isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório, deve-se realizar o preparo da cavidade, restringindo-se a remoção de tecido cariado e, se necessário, remoção de esmalte para acesso à lesão. As margens devem ser regularizadas para prevenir fraturas, e o ângulo cavo-superficial deve ser localizado fora das áreas de contato oclusal direto.1 A limpeza da cavidade com ácido poliacrílico, o uso do primer para os cimentos modificados por resina, o proporcionamento e a manipulação do material devem realizados de acordo com as recomendações do fabricante.
A limpeza da cavidade tem como objetivos remover a smear layer e expor os sais de cálcio e colágeno da estrutura dentária, favorecendo o processo adesivo. Esse condicionamento é realizado, esfregando-se ácidos fracos, como o ácido poliacrílico 10-40%, nas paredes cavitárias, com uma bolinha de algodão, por 20 segundos.15 Após a manipulação do material, este deve ser inserido na cavidade enquanto apresentar aspecto brilhante, devendo preferencialmente serem utilizadas seringas, com o objetivo de evitar o aprisionamento de bolhas.1 Os materiais indicados para restaurações de cavidades de classe I conservadoras são os cimentos reforçados por prata e os modificados por resina, pelo fato de esses materiais apresentarem maior resistência frente aos esforços mastigatórios.2,13 Nos preparos de classe II de pequena e média extensão, os CIV modificados por resina são o material de escolha.2 Antigamente, quando a lesão de cárie localizava-se estritamente na face proximal, preconizava-se o envolvimento da crista marginal na confecção da caixa proximal com a finalidade de acesso à lesão.
Hoje, com a Odontologia buscando a maior preservação da estrutura dentária sadia, preparos mais conservadores têm sido realizados, proporcionando maior resistência à estrutura dentária remanescente, dentre eles o “slot” horizontal e vertical e o preparo tipo túnel. Em cavidades de classe III, a liberação de flúor na região do ponto de contato é o principal fator que indica o uso do ionômero. Em cavidades de classe V, este pode ser utilizado na etapa de adequação do meio bucal, pois essas lesões se manifestam com grande frequência em pacientes com cárie de mamadeira.13 Quanto ao acabamento e polimento da restauração, poderão ser realizados em sessão clínica única, porém recomenda-se que sejam efetuados posteriormente, 24 horas após a inserção, empregando-se pontas diamantadas de granulação fina e superfina ou brocas carbide multilaminadas, tiras de lixa interproximais, discos de lixa flexíveis para a superfície vestibular e borrachas abrasivas para a superfície lingual e oclusal.
Os procedimentos de acabamento e polimento podem ser realizados sob isolamento relativo com movimentos intermitentes e pressão suave a fim de evitar o superaquecimento da restauração, com consequente perda de água e ocorrência de trincas que poderiam comprometer a longevidade da restauração.1 Amálgama aderido Dentre as mudanças que ocorreram em relação às restaurações de amálgama, está o fato de ter sido proposto o uso de um agente adesivo que possua capacidade de unir o amálgama às estruturas dentais, sem que haja a necessidade da confecção de retenções adicionais.
Como vantagens da técnica do amálgama aderido, destacam-se a redução da microinfiltração marginal e da sensibilidade pós-operatória; a redução da incidência de fraturas marginais e a melhor retenção da restauração, sendo uma opção de tratamento para dentes posteriores com lesões de cárie extensas, de menor custo do que qualquer restauração de metal ou coroa metalo-cerâmica, permitindo, ainda, a realização de uma restauração definitiva em uma única sessão.29,30 A técnica do amálgama aderido, utilizando-se ionômero de vidro autopolimerizável consiste na aglutinação do ionômero de vidro, na proporção de 1:1 em consistência de massa mole e aplicação com um pincel nas paredes cavitárias, seguida da condensação do amálgama ( Figuras 5A e B ). Cimentação Os cimentos de ionômero de vidro também são utilizados em odontopediatria para a cimentação de coroas de aço cromado ( Figuras 6A e B ) e bandas ortodônticas de mantenedores de espaço.2,13 Nos cimentos de ionômero de vidro indicados para cimentação, a granulação do pó é mais fina, o que torna a mistura obtida de boa fluidez.15 Esses aderem quimicamente à estrutura dentária, são compatíveis com o meio bucal, e os excessos são facilmente removidos após a cimentação.31 Além disso, apresentam resistência e retenção satisfatórias, baixa viscosidade e excelente escoamento.15 Como agente cimentante de bandas ortodônticas, não só são apropriados mas são o material de escolha, tanto os convencionais quanto os modificados por resina, 13 principalmente devido à adesão à estrutura dental e à liberação de flúor.
CONCLUSÃO Os cimentos de ionômero de vidro são materiais importantes na prática da Odontopediatria minimamente invasiva. O desenvolvimento de materiais com propriedades melhoradas tem expandido a aplicação clínica desses cimentos, que foram propostos, inicialmente, com o objetivo de serem materiais de forramento e restauração provisória e hoje são indicados para cimentações, na técnica do amálgama aderido e nas restaurações definitivas.
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Quando é indicado o CIV?
O CIV é utilizado com frequência para cimentar peças protéticas, principalmente coroas totais, metalocerâmica, coroas em porcelana pura reforçadas e núcleos metáli- cos fundidos.
Quais as vantagens do ionômero de vidro?
ARTIGO DE REVISÃO REVIEW ARTICIE Propriedades dos cimentos de ionômero de vidro: uma revisão sistemática Glass ionomer cements properties: a systematic review Raphaela Juvenal da Silva I ; Michellini Sedycias de Queiroz I ; Talita Ribeiro Tenório de França I ; Cláudio Heliomar Vicente da Silva II ; Lúcia Carneiro de Souza Beatrice III I Aluna do mestrado de Odontologia – Universidade Federal de Pernambuco, Brasil II Doutor em Odontologia (Dentística e Endodontia).
- Professor Adjunto de Dentística da Universidade Federal de Pernambuco, Brasil III Doutora em Odontologia (Dentística).
- Professora associada de Dentística da Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Endereço para correspondência RESUMO O objetivo da dentística o de preservar a estrutura dental sadia e o recompor do tecido perdido, buscando, através do emprego de materiais e técnicas restauradoras adequadas, evitar recidivas, devido ao aparecimento de novas lesões de cárie dentária.
Dentre esses materiais, os que mais se destacam, pelo caráter terapêutico, são os cimentos de ionômero de vidro. Este trabalho objetivou realizar uma revisão sistemática acerca das publicações sobre as propriedades físicas, mecânicas e biológicas dos cimentos de ionômero de vidro, de forma a avaliar os resultados encontrados na literatura.
As publicações foram selecionadas a partir de uma pesquisa em base de dados (Medline – Literatura Internacional em Ciências da Saúde, BBO – Bibliografia Brasileira de Odontologia e Scopus) no período de 2000 a 2008, utilizando os termos: cimento de ionômero de vidro, propriedades mecânicas e biocompatibilidade.
Pôde-se observar que houve uma certa padronização nas metodologias, o que facilitou a comparação dos trabalhos. A maioria dos trabalhos relatou limitações físicas e mecânicas do cimento de ionômero de vidro e constatou que a grande vantagem dos cimentos ionômero de vidro convencionais em relação a outros materiais é a biocompatibilidade, que, por sua vez, não pôde ser verificada nos cimento de ionômero de vidro modificados por resina.
Descritores: Cimentos de Ionômero de Vidro – Propriedades Físicas. Materiais Biocompatíveis. ABSTRACT The objective of the dentistry is the x preservation of healthy tooth structure and rebuilding the lost tissue, searching through the use of materials and restorative techniques appropriate, to prevent relapses or even appearance of new lesions of dental caries.
Among these materials, those that stand out because their therapeutic nature, are glass ionomer cements (GICs). The aim of this study is conduct a systematic review of publications about the physical, mechanical and biological weapons of CIVs in order to evaluate the results found in the literature.
The publications were selected from a search in database (Medline – Literature International Health Sciences, BBO – Brazilian Bibliography of Dentistry and Scopus) in the period from 2000 to 2008, using the words: glass ionomer cements, properties mechanical and biocompatibility. It was noted that there was a certain standardization of the methodologies descriptions, which make easier the comparison of publications.
Most of the studies reported mechanical and physical limitations of GICs and found that the major advantage of conventional glass ionomer cements comparing to other materials is biocompatibility, which could not be found in resin modified glass ionomer cements.
- Eywords: Glass ionomer cements – Physical Properties.
- Biocompatible Materials.
- INTRODUÇÃO Os ionômeros de vidro surgiram dos estudos pioneiros de Wilson & Kent no final da década de 1960 e chegaram ao mercado em 1975, passando depois por sucessivos desenvolvimentos.
- Atualmente, o cimento de ionômero de vidro (CIV) está disponível em duas formulações: o ionômero de vidro convencional e o ionômero de vidro híbrido ou modificado por resina 12,
Os cimentos ionoméricos convencionais dependem unicamente da reação de cura ácido-base e suas vantagens são: (a) liberação de fluoreto durante longo tempo em serviço, anti-cariogenicamente; (b) boa adesão, ligando-se quimicamente à estrutura do dente, às ligas não preciosas e ao ouro recoberto com estanho.
Suas desvantagens são: (c) susceptibilidade à desidratação; (d) muito baixa resistência à tração; (e) muito baixa tenacidade à fratura. Essas características requerem limitadas melhorias possíveis na sua consistência coesiva 12, Com o objetivo de melhorar as propriedades físicas e diminuir a sensibilidade à umidade, surgiram os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina.
Estes contêm monômeros orgânicos polimerizáveis, geralmente hidroxietilmetacrilato (HEMA), o que proporciona uma reação adicional de polimerização, que pode ser autoativada ou foto-ativada. Entretanto, a inclusão de HEMA também provocou aumento dos efeitos tóxicos e, como consequência, os ionômeros de vidro modificados por resina têm sido apontados como mais citotóxicos que os convencionais 40,1,
- O termo biocompatibilidade é definido como “a habilidade de um material exercer sua função, proporcionando uma boa resposta do hospedeiro”.
- Esta definição está inserida no conceito de biofuncionalidade e não é uma propriedade única, mas um conjunto de processos que ocorrem através da interação dos tecidos com o material artificial 28,
O cimento de ionômero de vidro convencional sempre foi considerado um material biocompatível para aplicações em dentística, pois apresenta as seguintes propriedades: pequena reação exotérmica, rápida neutralização e liberação de íons benignos como sódio, alumínio, silício, fósforo e flúor em condições neutras e cálcio em condições ácidas.
Exceto o alumínio, esses íons são utilizados em uma variedade de reações fisiológicas, muitas das quais são associadas ao processo de remineralização da superfície dentária. O alumínio liberado pode apresentar toxicidade, mas isso não ocorre devido à sua baixa liberação e pequena biodisponibilidade 28,
Os materiais restauradores devolvem a função mastigatória e a maioria destes entra em contato e interage com os tecidos e fluidos orais, portanto a seleção do material deve levar em consideração as propriedades físicas e mecânicas e a compatibilidade biológica ou biocompatibilidade 14,
Neste sentido, foi realizada uma revisão sistemática com o objetivo de mostrar os principais resultados obtidos em trabalhos publicados entre os anos 2000 e 2008 sobre as propriedades do cimento de ionômero de vidro, a fim de aperfeiçoar seu uso na prática clínica. METODOLOGIA Trinta e nove artigos versando sobre propriedades do cimento de ionômero de vidro, publicados em periódicos científicos indexados, foram selecionados aleatoriamente, a partir de uma pesquisa bibliográfica, nas seguintes bases de dados: Medline – literatura internacional em ciências da saúde, Scielo, Bireme e Scopus, nos quais foram empregados os termos: cimentos de ionômeros de vidro; propriedades mecânicas e biocompatibilidade.
Os critérios de inclusão de artigos científicos levaram em consideração os seguintes pré-requisitos: publicação em revista indexada e publicação dos últimos 8 anos. Após a seleção dos artigos, foi realizada uma leitura minuciosa, a partir da qual foram extraídas e analisadas as principais informações dos textos, sendo distribuídas em dois principais tópicos: 1) propriedades físicas e mecânicas e 2) biocompatibilidade.
Tais dados foram agrupados em tabelas, as quais receberam tratamento estatístico descritivo. RESULTADOS E DISCUSSÃO s cimentos de ionômero de vidro têm propriedades únicas, como biocompatibilidade, ação anticariogênica (devido à libertação flúor) e aderência à estrutura dental. Além disso, o coeficiente de expansão térmica do ionômero vidro é baixo e próximo aos valores da estrutura dentária.
Porém, apesar de suas vantagens, eles apresentam algumas desvantagens, como fragilidade e resistência mecânica inferior. Melhorias significativas têm sido realizadas desde a invenção do CIV, e outras são necessárias, a fim de reforçar suas propriedades físicas. Diferentes fabricantes de CIV foram utilizados nas pesquisas, sendo que alguns artigos utilizaram em suas metodologias mais de um fabricante. Dentre os 28 trabalhos estudados, 16 avaliaram os CIVs da 3M ESPE (St Paul, MN, EUA), 14 estudaram CIVs da GC Corporation (Tóquio, Japão), 04 analisaram CIVs da SSWhite (Rio de janeiro, RJ, Brasil), 02 avaliaram CIVs da DFL (Rio de Janeiro, RJ, Brasil), 01 estudou CIV do fabricante Dentsply (Petrópolis, RJ, Brasil) e 01 avaliou o CIV da SDI (Victoria, Austrália). Para estudarem as propriedades mecânicas, os autores utilizaram diversas máquinas de ensaios mecânicos, estas estão dispostas na Tabela 3, A resistência ao desgaste e rugosidade superficial no ambiente oral são critérios importantes para determinar e mensurar a deterioração clínica dos materiais restauradores. As características das superfícies de restaurações de ionômero de vidro são particularmente importantes, porque superfícies ásperas são mais rapidamente propensas à colonização bacteriana e maturação da placa, aumentando, assim, o risco de cárie.
Foram verificados 02 estudos que relacionavam o tipo de ionômero de vidro e o método de mensuração da rugosidade superficial; um empregou o microscópio eletrônico, e o outro a espectroscopia infravermelha transformada de Fourier. Os cimentos ionoméricos representam importante opção de material restaurador em Odontologia e sua adesão à estrutura dental, diminuindo a infiltração marginal, que somada à liberação de flúor e inibição do metabolismo de microrganismos acidogênicos, favorece a remineralização dental e pode diminuir a ocorrência de cárie secundária 31,
Dos 39 trabalhos analisados, 05 versavam sobre a propriedade de liberação de flúor do ionômero de vidro. Destes, 02 autores estudaram a taxa de liberação de flúor, 01 avaliou a incorporação de flúor à estrutura dental, 01 estudou a retenção de restaurações em CIV devido à liberação de flúor e 01 estudo avaliou a relação entre liberação de flúor e rugosidade superficial com placa bacteriana.
Dos 05 estudos que analisaram a liberação de flúor, apenas 02 mensuraram quantitativamente a liberação deste halógeno. Para isso, foram utilizados os seguintes aparelhos: o eletrodo íon seletivo para fluoreto (Orion nº9609 BN e Orion Research Inc., Boston, MA) conectado a um registrador (HANNA Instruments HI no 9321) usado em um estudo, e o eletrodo Orion 96-09 (Ionalyzer, USA) e o analisador de íons Orion 701-A (Orion Research Model/Digital – USA) empregado no outro estudo.
Dos 39 artigos pesquisados, 11 avaliaram a biocompatibilidade dos CIVs utilizados na prática odontológica. Destes trabalhos, 04 avaliaram a citotoxicidade dos cimentos de ionômero de vidro modificados por resina, 04 avaliaram a citotoxicidade de cimentos de ionômero de vidro convencionais, e 03 compararam os dois tipos de ionômeros.
- Diversas marcas comerciais foram avaliadas, sendo que alguns trabalhos analisaram mais de um fabricante simultaneamente.
- Dos 04 trabalhos que analisaram apenas os CIVs convencionais, 02 utilizaram CIVs do fabricante 3M ESPE (Seefeld, Alemanha), 01 estudou CIV da GC Corporation (Tóquio, Japão), e 01 artigo não mencionou o fabricante utilizado.
Dentre os 04 trabalhos que analisaram apenas os CIVs modificados por resina, 02 avaliaram somente CIVs do fabricante 3M ESPE (St Paul, MN, EUA), enquanto 02 estudaram também CIVs da GC Corporation, Dos 03 trabalhos que avaliaram ambos os tipos de CIVs (convencional e modificado por resina) todos avaliaram CIVs do fabricante 3M ESPE (St Paul, MN, EUA / Seefeld, Alemanha),, sendo que 02 estudaram também CIVs da GC Corporation. Dos dois trabalhos que aplicaram os CIVs em cavidades restauradoras, um utilizou dentes de ratos, e o outro utilizou dentes humanos. Os procedimentos restauradores foram realizados in vivo e, posteriormente, os dentes foram extraídos para análise da resposta inflamatória do complexo dentino-pulpar a esses materiais.
Os ratos representam um modelo animal adequado para testes de biocompatibilidade de materiais restauradores. Entretanto, este modelo apresenta características específicas que o fazem necessitar de uma análise mais cuidadosa 36, O trabalho que utilizou mais de uma metodologia analisou o efeito de extratos de CIVs modificados por resina em culturas de células bem como avaliou a resposta tecidual de ratos a implantes subcutâneos desses CIVs.
Experimentos de citotoxicidade, utilizando cultura de células, são os testes iniciais recomendados para avaliar os efeitos citopáticos causados por determinados materiais dentários. Entretanto, não é recomendável uma extrapolação simples e direta dos resultados obtidos em culturas de células para condições in vivo,
- Testes de contato entre o material e as células também são indicados para análise de citotoxicidade dos materiais dentários.
- Esse tipo de teste reproduz de uma maneira mais fiel, a situação fisiológica in vivo, porém testes de implantação devem ser considerados complementares às demais metodologias 37,
Os tipos de culturas de células utilizadas nos trabalhos que avaliaram a ação dos CIVs em nível celular estão dispostos na Tabela 5, A maioria dos trabalhos utilizou células de linhagem odontoblástica, pois os odontoblastos são as primeiras células da polpa afetadas por componentes de materiais que apresentam capacidade de difusão transdentinária 10, Células do ligamento periodontal foram utilizadas em um trabalho que avaliava o uso de materiais ionoméricos em casos de perfuração radicular, a fim de simular o meio ambiente bucal 41,
Linhagens de células de linfoma permitem uma avaliação apurada das alterações que ocorrem na morfologia celular, sem a influência de fatores como idade da célula e estados metabólicos ou hormonais 33, A Tabela 6 mostra os aspectos celulares levados em consideração para analisar as respostas celulares ao CIVs.
Alguns trabalhos avaliaram mais de um aspecto simultaneamente. Os períodos nos quais os cimentos de ionômero de vidro ficaram em contato com as culturas celulares ou com o tecido dentinário nas cavidades restauradoras variaram entre os artigos. Apenas 03 trabalhos utilizaram o mesmo período de tempo (72 horas). Foram utilizadas diversas técnicas de diagnóstico para verificar as respostas celulares e da polpa, como mostra a Tabela 7, Com relação aos resultados encontrados pelos autores, a Tabela 8 correlaciona os efeitos tóxicos com os tipos de CIV estudados, lembrando que, em 03 trabalhos, os dois tipos de CIVs foram avaliados simultaneamente. A maioria dos autores sugere que o principal componente responsável pela toxicidade do CIV é o 2-hidroxietil-methacrilato (HEMA), presente nos cimentos modificados por resina. Essas substâncias atravessam os túbulos dentinários e atingem a polpa. Esse processo é resultante da dissolução dos CIVs modificados por resina, que ocorre quando entram em contato com a umidade do substrato dentinário.
- Monômeros metacrilatos, como o HEMA, são incorporados na dupla camada lipídica das membranas celulares, provocando a sua solubilização.
- Este fenômeno provoca alterações e morte celular, mecanismo responsável pela intensa citotoxicidade deste monômero, mesmo em baixas concentrações.
- Além do HEMA, alguns componentes metálicos com ferro e alumínio, presentes também nos CIVs convencionais, têm sido apontados como citotóxicos devido ao estresse oxidativo que provocam nas células 14,10,
CONCLUSÃO A partir dos artigos estudados, pode-se observar que houve certa padronização na descrição das metodologias, o que facilitou a comparação dos trabalhos. Os autores avaliados demonstraram muita preocupação em relação às limitações físicas e mecânicas do CIV.
Foram sugeridas grandes mudanças no CIV para melhorar suas propriedades físicas e mecânicas, minimizando suas deficiências e potencializando suas características favoráveis. Porém, todos os trabalhos concordavam que a grande vantagem do cimento ionômero de vidro em relação a outros materiais é a capacidade de adsorção permanentemente à superfície dental e a contínua liberação de flúor.
No tocante às propriedades biológicas, é possível inferir que a biocompatibilidade dos CIVs convencionais já é bem estabelecida, o que orientou as pesquisas mais recentes a analisar a toxicidade dos CIVs modificados por resina. Apesar das qualidades mecânicas superiores, os monômeros resinosos presentes nos CIVs modificados por resina demonstraram provocar efeitos celulares indesejáveis.
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Quais são as principais vantagens do CIV?
Odontopediatria: O CIV é frequentemente utilizado em Odontopediatria para a cimentação de restaurações em dentes decíduos, selamento de fossas e fissuras, além de preenchimento de cavidades em cárie. A liberação de flúor pelo CIV ajuda a prevenir a formação de novas lesões de cárie em dentes decíduos.
É uma das indicações do ionômero de vidro?
Entre as principais indicações do cimento de ionômero de vidro em odontologia podemos citar: => Selamentos de cicatrículas e fissuras ; => Classe I conservativas; => Classe II tipo tunel e ‘slot’horizontal; => Classe III e V – lesões cariosas; => Classe V – erosão, abrasão e abfração; => Restaurações laminadas ou mistas
Quais os 4 tipos de ionômero de vidro?
De acordo com as suas aplicações clínicas são classificados em: Tipo I, para cimentação ou fixação de restaurações rígidas. Tipo II, para restaurações diretas, estéticas e intermediarias ou reforçadas. Tipo III, para forramento ou base e selamentos de cicatrículas e fissuras.
Qual a desvantagem do ionômero de vidro?
Contraindicações do cimento de ionômero de vidro – Embora o ionômero de vidro seja um produto com excelentes propriedades, os modelos atuais do produto ainda apresentam algumas desvantagens. É o caso de baixa resistência à tração e ao desgaste e limitações estéticas relacionadas à translucidez. Por isso, o uso de cimentos ionômero de vidro não é indicado em:
Regiões que recebem grandes cargas oclusais; Regiões com perda de esmalte; Restaurações de classe II (com envolvimento da crista marginal) e de classe IV; Áreas de cúspides; Áreas com perda de esmalte vestibular; Locais submetidos a esforços mastigatórios; Restaurações mais estéticas, devido à translucidez insuficiente.
Como usar ionômero de vidro?
Divide-se o pó em duas metades. Goteje o líquido com o frasco na posição perpendicular. Aglutina-se a primeira metade do pó ao líquido e manipula-se 1 por 15 segundos. Adiciona-se o pó a massa e manipula-se por mais 15 segundos obtendo-se uma massa cremosa, vítrea e úmida.
Qual melhor cimento para colar dente?
Nestes casos, a Dentaleader recomenda o cimento permanente (ou definitivo), sendo os cimentos resinosos, dadas as suas excelentes propriedades adesivas, a opção preferida.
Para quais casos não estariam indicados os cimentos de ionômero de vidro?
Portanto, o cimento de ionômero de vidro não deve ser utilizado em regiões sujeitas a altas cargas de tração, como restaurações de pontas incisais, de cúspides ou pinos retentivos.
Quais as desvantagens do CIV?
Desvantagens do uso de CIV – A versatilidade desse material esbarra em algumas desvantagens, por exemplo, a diminuição em seu uso clínico, e como consequência sua limitação estética e mecânica em relação às resinas compostas, fragilidade e resistência mecânica inferior. Atualmente, deseja-se utilizar um único material para restaurar a cavidade com eficiência e que mantenha as características biológicas do dente. Embora muitos materiais possuam vários dos requisitos necessários, ainda não existe um material que possua todas as características juntas e a eficiência da dentina com relação à proteção dada ao tecido pulpar. Portanto, é importante a escolha de um material biocompatível para proteção eficiente do complexo dentinopulpar, e hoje, o Cimento de Ionômero de Vidro ainda tem seu lugar de destaque. >>> Confira resenha sobre o Ionômero de Vidro Restaurador FGM ✍️ Deixe seu comentário 📢 Compartilhe com os amigos 🕵 Siga nossas redes: ➡ Facebook ➡ Instagram ➡ Twitter ➡ Pinterest ➡ TikTok Acesse nossa Loja Virtual e encontre a solução completa para você na Odontologia!
Quanto tempo dura uma restauração de ionômero de vidro?
Ionômero de vidro – Esse tipo de obturação é feita de uma combinação de vidro e acrílico e costuma durar menos que cinco anos. Também pode liberar fluoreto, elemento que ajuda a prevenir cáries, tornando-a a melhor opção para restauração em dentes de leite de crianças.
Qual ácido usa para CIV?
O CIV é um material de incremento único. Se aderem quimicamente ao dente por meio de uma reação ácido-base, entre os grupos carboxílicos do ácido poliacrílico e o cálcio do esmalte e da dentina.
Quais as características do ionômero de vidro?
Os cimentos de ionômero de vidro têm propriedades únicas, como biocompatibilidade, ação anticariogênica (de- vido à libertação flúor) e aderência à estrutura dental. Além disso, o coeficiente de expansão térmica do ionômero vidro é baixo e próximo aos valores da estrutura dentária.
Quando usar cimento de Hidroxido de cálcio?
Dycal de Dentsply: revestimento directo de polpa, indirecto e liner – O cimento hidróxido de cálcio Dycal da Dentsply é autopolimerizável e vem em duas pastas: base e catalisador. É adequado tanto para o nivelamento directo como indirecto da polpa e também como revestimento protector antes da aplicação de adesivo, verniz, cimento ou qualquer outro material restaurador. Ver cimento Dycal Dentsply
Por que é importante aplicar vaselina após a restauração com CIV?
Os dados obtidos nesta pesquisa mostraram que o esmalte incolor e a vaselina sólida foram os melhores agentes para a proteção superficial do cimento de ionômero de vidro.
Qual cimento libera flúor?
Resumo – Introdução: O Cimento de Ionômero de Vidro (CIV) é um material de forramento e restauração provisória que apresenta a capacidade de liberar flúor, uma das principais ferramentas na prevenção da recidiva da doença cárie. A doença cárie tem etiologia multifatorial.
Desenvolve-se a partir da presença do biofilme dental, que é o responsável por mediar a desmineralização dos tecidos dentários denominados como esmalte e dentina. Para sua ocorrência, há a necessidade da interação de três fatores: microorganismos cariogênicos (tipo: streptococcus mutans), substrato fermentável e um hospedeiro vulnerável.
A interação desses fatores por um período de tempo propicia o desenvolvimento da doença, que se inicia com o aparecimento de mancha branca opaca, sem cavitação, na superfície do dente, resultante da desmineralização do esmalte dentário. Objetivo: O objetivo do presente trabalho é mostrar a importância do uso do cimento de ionômero de vidro, tal como sua capacidade de liberação de flúor na prevenção de cárie secundária em crianças.
- Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura com artigos existentes na base de dados Scielo, selecionando os trabalhos publicados entre os anos de 2009 a 2019 na língua portuguesa e inglesa.
- Os critérios de inclusão foram: trabalhos dispostos eletronicamente na íntegra e que abordem o tema deste trabalho.
E dentre os critérios de exclusão estão: trabalhos de conclusão de curso, teses, livros, dissertações e capítulos de livros. Foram selecionados para leitura e análise 6 artigos. Resultados: O flúor é um grande aliado na prevenção da doença cárie, visto que ele atua nos processos de remineralização do dente, enquanto ela atua no processo de 1 desmineralização.
- Além disso, possui também efeito anti-enzimático e antimicrobiano, eliminando algumas bactérias e impedindo a multiplicação das mesmas.
- Os cimentos de ionômero de vidro possuem significativa importância na prevenção da cárie secundária, pois liberam flúor e se recarregam do mesmo, de forma que estes materiais ganham flúor dos dentifrícios e mantêm uma liberação constante no meio bucal.
Os CIVs de manipulação mecânica ou manual possuem habilidade semelhante para captar íons flúor, quando submetidos a uma única aplicação tópica de fluoreto de sódio a 2%. Conclusão:Os cimentos de ionômero de vidro possuem significativa importância na prevenção da cárie secundária, uma vez que suas propriedades químicas fazem com que ele tenha uma excelente adesão química à estrutura dentária, e ainda efetue a liberação de flúor que o mesmo absorve dos dentifrícios na dita cuja.
Para que serve o hidróxido de cálcio na odontologia?
Em caso de exposição pulpar, após a aplicação direta do hidróxido de cálcio P.A, pode-se utilizar o hidróxido de cálcio fotoativado seguido de sistema adesivo? | 5 junho 2018 | ID: sofs-39791 O cimento de hidróxido de cálcio fotoativado pode ser utilizado sobre o pó de hidróxido de cálcio ou sobre a pasta (feita com o pó e água destilada), como também pode ser utilizado como agente capeador direto sobre a exposição pulpar (1),
O sistema adesivo não deve ser realizado diretamente sobre os cimentos de hidróxido de cálcio, para isso se faz necessária a utilização do cimento ionomérico, que protege o hidróxido de cálcio do ataque ácido do sistema adesivo (2), auxilia no aplainamento do assoalho cavitário (axial e/ou pulpar) e aperfeiçoa o vedamento marginal (1),
Ao se utilizar resina composta como material restaurador, as técnicas para proteção direta do complexo dentinopulpar são as seguintes: como 1ª opção: pasta ou pó de hidróxido de cálcio + cimento de hidróxido de cálcio + cimento de ionômero de vidro + sistema adesivo; como 2ª opção: cimento de hidróxido de cálcio autoativado + cimento de ionômero de vidro + sistema adesivo; e como 3ª opção: cimento de hidróxido de cálcio fotoativado + cimento de ionômero de vidro + sistema adesivo (1),
O hidróxido de cálcio é o material de proteção pulpar mais aceito na prática clínica odontológica, pois, apresenta baixo custo, possui biocompatibilidade, propriedades como a ação antimicrobiana eliminando a irritação pulpar, estimula a formação de dentina esclerosada/reparadora (1,2,3,4) e protege a polpa contra os estímulos termelétricos (2),
Pode ser utilizado na forma de pó, pasta e cimento (auto ou fotoativado) (1), Quando em contato direto com a polpa, o hidróxido de cálcio provoca uma necrose superficial de coagulação reduzindo os estímulos da inflamação (1), O hidróxido de cálcio em forma de pasta não possui boas propriedades adesivas, por isso proporciona uma vedação pobre, além de ser solúvel e estar sujeito à dissolução com o passar do tempo (4),
- A pasta não apresenta resistência mecânica por falta de processo de endurecimento e justamente por esse fator, se faz necessário a utilização de uma sobrebase com cimento de hidróxido de cálcio ou ionômero de vidro (2),
- O cimento de hidróxido de cálcio auto e fotoativado podem ser igualmente efetivos, porém o cimento de hidróxido de cálcio fotoativado supera as deficiências apresentadas pelo cimento de hidróxido de cálcio autoativado, pois exibe propriedades físicas melhoradas, solubilidade significativamente reduzida e um módulo de elasticidade maior.
Além disso, possui um tempo bem maior de trabalho, porque só reage, endurece ou polimeriza pelo efeito da luz visível, sob o controle do profissional, enquanto o autoativado endurecem mais rapidamente em contato com os fluidos pulpares (1,2), Vale lembrar que, mesmo restaurando de forma definitiva com resina, o elemento dentário deve ser controlado clínica e radiograficamente por período de 45 a 60 dias, para verificação do resultado do tratamento.
Atributos da APS O acesso aos serviços de saúde é um direito de todo usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) e mantém forte relação com os princípios de acolhimento e vínculo. Nesse contexto, o paciente que apresenta exposição pulpar deve ter o acesso facilitado ao serviço de saúde pelo profissional da atenção primária, para que o mesmo possa ser assistido em suas necessidades.
O acompanhamento desse paciente, ao longo do tempo, poderá contribuir para que possíveis complicações sejam evitadas em tempo oportuno.1. Soares MR. Proteção do Complexo Dentinopulpar, Ribeirão Preto: USP/ Universidade de Ribeirão Preto; 2009.2. Mondelli J.
- Proteção do Complexo Dentinopulpar.
- São Paulo: Artes Médicas; 1998.3.
- Freires IA, Cavalcanti YW.
- Proteção do complexo dentinopulpar: indicações, técnicas e materiais para uma boa prática clínica.
- Rev Bras Pesq Saúde.2011;13(4):69-80.
- Disponível em: 4.
- Hilton TJ, Ferracane JL, Mancl L.
- Comparison of CaOH with MTA for direct pulp capping: a PBRN randomized clinical trial.
J Dent Res.2013 Jul; 92(7 Suppl):16s-22s. Disponível em: : Em caso de exposição pulpar, após a aplicação direta do hidróxido de cálcio P.A, pode-se utilizar o hidróxido de cálcio fotoativado seguido de sistema adesivo?
O que é restauração de ionômero?
O ionômero de vidro promove bastante adesividade ao dente e libera flúor – A restauração dentária é um procedimento odontológico que permite a recomposição do dente depois de ter sofrido uma fratura ou uma cárie. E existem diversos materiais que possibilitam esse procedimento, um deles é o ionômero de vidro.
Além do ionômero de vidro, o profissional pode utilizar restaurações de amálgama, de porcelana, de resina composta, de ouro e de cerâmica. O ionômero de vidro é composto por três componentes: sílica, alumina e fluoreto de cálcio. Essas três substâncias combinadas proporcionam uma restauração que adere muito bem ao dente e libera flúor.
Além disso, é bastante resistente. Dessa forma, suas propriedades passaram a ser mais exploradas pelos dentistas, tornando-se um dos principais tipos de restaurações. O uso do ionômero de vidro na odontologia está classificado em três categorias:
Tipo 1:
Para cimentação ou fixação de restaurações rígidas;
Tipo 2:
Para restaurações diretas, estéticas e intermediárias ou reforçadas;
Tipo 3:
Para forramento ou base e selamentos de cicatrizes e fissuras. Embora tenha essas três categorias, o objetivo da restauração com ionômero de vidro permanece sendo o mesmo: corrigir um erro oferecendo uma alta qualidade no tratamento.
Por que é importante aplicar vaselina após a restauração com CIV?
Os dados obtidos nesta pesquisa mostraram que o esmalte incolor e a vaselina sólida foram os melhores agentes para a proteção superficial do cimento de ionômero de vidro.
Para quais casos não estariam indicados os cimentos de ionômero de vidro?
Portanto, o cimento de ionômero de vidro não deve ser utilizado em regiões sujeitas a altas cargas de tração, como restaurações de pontas incisais, de cúspides ou pinos retentivos.