Contents
- 1 Qual é a função dos jogos de construção?
- 2 Porque os jogos e brincadeiras são tão importantes para que as crianças participam da construção do seu próprio conhecimento?
- 3 O que é um jogo de fabricação?
- 4 Quais são os objetivos dos jogos?
- 5 Qual a relação entre o brincar é a construção do conhecimento?
- 6 Qual a importância do jogo no processo de aprendizagem?
- 7 Quais são os três tipos de jogos Segundo Piaget?
- 8 Quais são as principais características do jogo?
- 9 Qual o objetivo da construção de brinquedos na educação infantil?
- 10 Qual a função dos jogos como recursos pedagógicos?
- 11 Qual é o objetivo principal do game design?
- 12 Quais são os três tipos de jogos Segundo Piaget?
Qual é a função dos jogos de construção?
Crédito: Getty Images Para uma criança, um buraco no pátio pode ser o início de uma brincadeira. Na Escola Municipal de Educação Infantil Globo do Sol, na zona leste de São Paulo (SP), um vão na mureta se tornou uma panela e, em torno dele, criou-se uma cozinha.
Caixas viraram armários e mesa para sentar, um graveto serve como colher, a terra misturada com água já resulta na massa de bolo, e folhas secas e sementes são a decoração. Para dar vida à sua visão, os pequenos transformam os materiais disponíveis e montam todo o ambiente da brincadeira. “A criança cria com materiais não estruturados.
Constrói objetos e uma história. É um jogo simbólico que parte da construção”, explica Marta Parisi, professora de crianças pequenas na instituição. Para a educadora, os materiais não estruturados e os elementos da natureza são os mais ricos para incentivar a criatividade das crianças, pois oferecem mais possibilidades para os pequenos.
A criatividade e desejo de construir é algo que surge de forma espontânea nas crianças. “Crianças na primeira infância têm um fascínio pela capacidade de construir”, afirma Soraia Chung Saura, pesquisadora do Território do Brincar, “É um desejo que vem de dentro e incentivado pelo ambiente. Ela vê peças soltas e faz a construção.
Ela tem referências de vivências e de observação das pessoas ao seu entorno, mas a criação vem de dentro dela”, afirma a especialista. Para ela, as brincadeiras de construir estão presentes de alguma forma em todas as atividades. “Todas têm um pouco de construção.
São objetos dispersos que ao serem reunidos adquirem uma outra forma e significado”, afirma a especialista. Ela diz que mesmo com um brinquedo estruturado é possível fazer isso. Os pequenos podem desmontá-los para criar outra coisa. Como resgatar o brincar espontâneo na pandemia Entenda a importância do brincar livre na rotina das crianças dentro de casa e conheça sugestões de estratégias para manter o vínculo e orientar as famílias durante a pandemia.
Brincar de construção permite que as crianças se desenvolvam dentro dos cinco campos de experiências colocados pela Base Nacional Comum Curricular. “Elas aprendem todas as linguagens”, afirma Marta. A professora explica que aprendem, por exemplo, noções matemáticas quando tentam criar um prédio com embalagens de tamanhos variados.
“Elas vão testando e comparando o tamanho das caixas”, explica a educadora paulistana. Também desenvolvem habilidades comunicacionais e de cooperação, pois para construir uma torre, conversam e trocam estratégias para definir a sequência das caixas que deixarão a estrutura em pé. Nesse processo, elas precisam buscar soluções para os problemas, estruturar hipóteses e argumentar.
Construir e montar também possibilita o desenvolvimento do raciocínio lógico ao fazer investigações e solucionar problemas. Para ilustrar, Denise de Oliveira, professora na Escola Municipal de Educação Infantil Érico Veríssimo, em Porto Alegre (RS), lembra de uma menina que começou a criar caminhos usando tubos de papel higiênico e toalha de diferentes tamanhos.
- Ela testava o que entrava e o que não.
- Percebeu que não entrava, mas que do outro lado também era aberto e tentava de novo.
- Não descansou até entender”, conta a professora.
- No caso dos bebês, o manuseio desses materiais também desenvolve habilidades motoras.
- Ele trabalha o movimento de pinça, algo que vai usar para desenhar e escrever”, diz a educadora.
Como elas constroem? Existem muitas possibilidades de brincadeiras de construir, algumas delas são:
Construção de brinquedos (pipas, bonecas ou um carrinho de garrafa pet) Criação do espaço e elementos para um faz de conta (por exemplo, construir uma cozinha ou uma casinha para criar um jogo simbólico) Montagem de cabanas, túneis, cavernas ou de uma rede Brincadeiras de empilhar usando blocos, caixas, potes e almofadas de espuma Construções dentro da caixa de areia usando baldes e água Uso de cordas e elásticos para criar circuitos Montar pistas e circuitos usando tubos de papel toalha e higiênico de diferentes tamanhos
Criar instrumentos musicais usando materiais não-estruturados Qualquer uma das atividades listada acima é possível com todas as idades. A diferença é que crianças maiores conseguem fazer objetos e brincadeiras mais elaboradas. “No início elas não têm tanta criatividade, mas vão evoluindo.
Crianças de 5 anos já constroem mais rápido brinquedos mais estruturados e detalhados. É impressionante”, relata Marta. “Quando oferecemos materiais para os bebês eles já conseguem organizar sua brincadeira”, diz Denise. A professora conta que brincam com blocos de madeira de diferentes formatos e tamanhos e se divertem na hora de empilhar.
“Colocam um em cima do outro até a altura que podem”, explica. Desenvolvendo crianças exploradoras A exploração é um dos direitos de aprendizagem colocados pela BNCC. Entenda como ela estimula o desenvolvimento dos pequenos e como propor atividades de exploração de materiais e sons em casa usando materiais acessíveis para todos.
- A sutil e crucial escolha dos materiais Dentro das experiências oferecidas para as crianças é importante ter diversidade de materiais.
- No entanto, as professoras são unânimes: os brinquedos estruturados não engajam tanto as crianças.
- Eles já vêm prontos para brincar.
- Eu gosto de trabalhar com caixas, argolas, tampinhas, potes, pois elas podem experimentar, o que dá para construir, o que cabe e o que não”, explica Denise.
Além dos momentos em que o aluno explora o ambiente externo e encontra elementos da natureza para aquilo que precisa, também há um trabalho importante do educador de selecionar e colocar à disposição uma variedade de materiais estruturados e não-estruturados.
- Para planejar essa escolha, o professor precisa definir a intencionalidade pedagógica por trás da atividade.
- Eu tenho um objetivo principal, ofereço os materiais e deixo que eles explorem bastante.
- Depois vou colocando desafios para que eles avancem”, compartilha Marta.
- Para escolher seus objetivos, é possível utilizar documentos norteadores como a BNCC e o currículo adotado pela rede.
A Teoria das Peças Soltas e o desenvolvimento criativo No início da de´cada de 1970, o arquiteto britânico Simon Nicholson (1934-1990) desenvolveu a Teoria das Peças Soltas, Ela defende que os materiais que as crianças podem mover, interagir, transformar e construir oferecem mais oportunidades para os pequenos serem criativos.
- Dentro dessa classificação entraram itens que conhecemos como materiais não estruturados: botões, pedras, rolhas, tampinha de garrafa, palitos de sorvete, elementos da natureza, entre outros.
- Para incentivar a curiosidade, Simon defendia que espaços educativos deveriam ser ricos em peças soltas, pois elas convidam a criança a experimentar, inventar, manipular, construir e brincar.
Essas peças são utilizadas para preparar um cantinho de atividade. O professor (ou a família) reúne esses materiais em grupos e os disponibiliza para as crianças. O papel delas é pensar em formas de usar aqueles objetos. Neste vídeo você poderá entender como acontece a teoria na prática e como ela pode estimular a criatividade.
- Para incentivar a brincadeira de construir, vale a pena disponibilizar materiais e criar espaços convidativos, mas sem que isso se torne uma imposição.
- É uma forma de respeitar quem não quer brincar.
- Se coloco o bebê sentado numa cadeira e molho a mão dele na tinta, não estou dando uma escolha.
- Mas costumo disponibilizar os materiais e vai quem tem interesse”, afirma Denise.
No caso da professora, sua turma já sabe que quando ela coloca o tapete laranja vai encontrar diferentes materiais para brincar. “Quando organizamos esse espaço, ele tem que se sentir encantado por participar”, afirma Denise. Essa escolha – se quer participar ou não ou quais objetos vai pegar – também é uma forma de desenvolver a autonomia.
Não tem como prever a forma de brincar das crianças. Por isso, é necessário ter abertura, observar atentamente para perceber novas oportunidades de aprendizagem e registrar para analisar posteriormente a experiência. A riqueza dos materiais não estruturados Utilizar diversos objetos e elementos da natureza para estimular a imaginação, as experiências sensoriais e as brincadeiras tanto em casa quanto em um possível retorno à escola Brincando de construir cabanas, cavernas e túneis A professora Marta dispõe de um conjunto de tecidos de diferentes texturas e cores.
À primeira vista pode parecer que o único caminho são as cabanas, mas é um material muito versátil. “Ele vira cabelo, vestido e até rede para se balançar”, conta a educadora. Essas estruturas podem ser preparadas pelas professoras para alguma proposta ou ser construídas pelas próprias crianças – segundo Denise, a partir de 1 ano as crianças já conseguem montar.
Quando necessário, pedem ajuda do professor para algo que não conseguem sozinhos. Mas elas vão dando instruções sobre onde amarrar e como fazer. “Eles vão sugerindo e nem sempre dá certo. Às vezes não fica esticado ou fica baixo o teto e eles precisam entender por que não funcionou, onde precisa amarrar para ajustar”, explica a educadora Marta.
Essas cabanas se tornam um espaço para uma contação de histórias ou brincar de casinha, de faz de conta dentro dessa estrutura. Se for possível, esse espaço pode ficar montado por um tempo. “Tem que fazer sempre. A repetição é importante. Ela pode ficar lá, renovar o interesse e render muitos dias”, afirma Soraia.
Na sala de Denise, ela fica dias no canto para quando os bebês tiverem interesse em brincar. Na EMEI Globo do Sol parte das crianças já retornou presencialmente. “Não podemos usar tecidos, porque teriam que ser lavados constantemente. As salas têm jogos de montar e outros brinquedos e materiais que temos que borrifar álcool toda vez que usam”, conta Marta.
No caso de Denise, todos os objetos da sala foram retirados e os bebês recebem kits para uso individual. Para quem está em casa, as brincadeiras de construção são uma boa opção. “Exploração de materiais não-estruturados foi o nosso carro-chefe durante as atividades remotas”, afirma Marta.
Ela conta que eles compartilhavam com as famílias fotos dos materiais e do passo a passo, e a explicação do objetivo da proposta. Na pesquisa Brincar em Casa, desenvolvida pelo Território do Brincar em parceria com o Instituto Alana, Soraia teve a oportunidade de investigar as transformações da forma de brincar em casa.
Um dos aspectos interessantes é que cada cômodo tem tipos de brincar – inclusive quando as famílias vivem em um único espaço sem delimitação física. “Em diferentes ambientes, a construção acontece do jeito que se pode e com o que se tem. As crianças têm esse olhar criativo para ressignificar os espaços e os objetos”, afirma Soraia.5 planos de atividade para usar com as crianças Em Nova Escola temos mais de 450 sugestões de atividades para toda a Educação Infantil que podem ser utilizadas na escola ou adaptadas para o trabalho remoto.
- Para ajudar você, selecionamos 5 propostas de brincadeiras de construir: Brincadeiras nas cabanas (bebês) Com itens que as crianças usam para dormir (travesseiros, almofadas, pelúcias, etc) e tecidos, crie cabanas para que os pequenos explorem.
- Dentro de cada uma delas, serão oferecidas atividades diferentes.
Livre escolha e construção (crianças bem pequenas) A proposta desta atividade é que os pequenos utilizem materiais de largo alcance para criar brinquedos e cenários para suas brincadeiras. Devem ser ofertadas mais de uma possibilidade de criação para que escolham aquela que mais chama atenção.
Experimentos de equilíbrio com materiais de largo alcance (crianças pequenas) Nesta atividade, as crianças colocam a gravidade à prova. Elas utilizam materiais não estruturados para erguer construções, sejam elas pirâmides ou altas torres. Construção de circuito com as famílias (crianças bem pequenas) Convide as famílias a participarem de uma construção de circuitos com diversos obstáculos e desafios utilizando materiais simples.
Por já envolver os pais e responsáveis, essa proposta pode facilmente ser adaptada para ser realizada durante o isolamento. Criando brincadeiras com materiais de largo alcance (crianças pequenas) Nesta atividade são ofertados materiais diversificados que as crianças não encontram normalmente no pátio da escola como, por exemplo, caixotes de madeira ou plástico, tábuas, pneus, tijolos, canos de PVC, caixas de papelão grandes, tocos de madeira, bobinas grandes, pedaços de conduítes, entre outros.
O que são jogos de construção na Educação Física?
Jogos de Construção : Esses jogos pressupõem a construção ou reconstrução de um brinquedo através do manejo de diferentes materiais, possibilitando as crianças construírem no concreto, os elementos do seu mundo imaginário, explorando a coordenação motora fina, a criatividade e a consciência ambiental.
Porque os jogos e brincadeiras são tão importantes para que as crianças participam da construção do seu próprio conhecimento?
Jogos e Brincadeiras na Construção das Aprendizagens de Crianças da Educação Infantil – Brasil Escola Resumo : Este artigo foi elaborado com o objetivo de apresentar os resultados de uma pesquisa realizada por ocasião da conclusão do Curso de Pedagogia EAD/UAB/UFSM.
A referida pesquisa buscou verificar como os jogos e brincadeiras são trabalhados na Educação Infantil, analisando também as contribuições dos mesmos para o processo de construção das aprendizagens das crianças desta etapa de escolarização. A pesquisa participante foi escolhida como encaminhamento metodológico para realização do trabalho, pois os dados foram coletados quando da realização do estágio curricular obrigatório na Educação Infantil do curso de Pedagogia.
Este estágio ocorreu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Luiz Barchet na cidade de Dona Francisca/RS. Foram usados como instrumentos de coleta de dados a observação e a entrevista. Para fundamentar a pesquisa e a análise dos dados utilizou-se, basicamente, os estudos de Vygotsky (1984,1994,1998) e Kishimoto (1993).
Após as observações ficou evidente que os jogos e brincadeiras constituem-se por si só situações de aprendizagem. As regras e a imaginação estimulam a criticidade e criatividade da criança promovendo avanços em seus comportamentos, tanto no que diz respeito ao relacionamento com os demais como também quanto à questões que envolvem a desinibição, oralidade, psicomotricidade, entre outros.
Assim, ao final da investigação concluiu-se que a prática dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil traz significativas contribuições para a aprendizagem das crianças, pois proporciona a interação e propicia o desenvolvimento das capacidades afetivas, cognitivas e sociais.
- Palavras-chave: Jogos; Brincadeiras; Aprendizagens.
- INTRODUÇÃO
- O presente artigo tem por objetivo apresentar algumas constatações e problematizações que envolvem o tema Jogos e Brincadeiras na construção das aprendizagens de crianças da Educação Infantil.
O tema foi escolhido por acreditar-se que na infância o brincar é intrínseco à constituição do ser criança. Através do brincar os pequenos são capazes de criar e vencer seus próprios limites e construir suas próprias aprendizagens. Os jogos e brincadeiras auxiliam a criança no processo de pensar, imaginar, criar e se relacionar com os demais.
“A brincadeira é atividade física ou mental que se faz de maneira espontânea e que proporciona prazer a quem a executa”. (QUEIROZ, 2003, pg.158). No momento em que ela brinca a aprendizagem acontece, porque a “aprendizagem é construção do conhecimento”. (QUEIROZ, 2003 pg.22). Na brincadeira a criança se solta, deixa sua liberdade e sua criatividade fluírem podendo assim descobrir-se como pessoa.
Isso, porém, ocorre de forma sistematizada, quando há a participação do professor como mediador do processo, dialogando com a criança e criando situações de jogos e brincadeiras que mobilizam saberes e promovem a construção de novas aprendizagens.Brincar é uma “proposta criativa e recreativa de caráter físico ou mental, desenvolvida espontaneamente”.
(QUEIROZ,2003,pg.38). Os jogos e brincadeiras devem fazer parte do cotidiano das crianças da educação infantil. Através deles, a criança pode estimular o desenvolvimento do seu raciocínio lógico, da cooperação, criatividade, coordenação, imaginação e socialização. Através do jogo pode-se oportunizar aos alunos aprenderem a respeitar regras, discutir, inventar, criar e transformar o mundo onde estão inseridos.
Isso porque o jogo constitui-se em “uma atividade organizada por um sistema de regras, na qual se pode ganhar ou perder”. (QUEIROZ, 2003, pg.158). Partindo destas ideias, buscou-se realizar esta pesquisa com o objetivo de verificar como são trabalhados os jogos e brincadeiras na educação infantil.
Especificamente, objetivou-se investigar a relevância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da criatividade, do equilíbrio, da coordenação e da comunicação dos alunos. A efetivação do estudo deu-se por meio de observações realizadas durante o estágio supervisionado e também pela realização de uma entrevista com a direção, professores e alunos da E.M.E.F Antonio Luiz Barchet de Dona Francisca/RS.
Desse modo, ao investigar os jogos e brincadeiras na Educação Infantil, buscou-se saber qual seria o melhor meio de introduzir o lúdico no cotidiano da Educação Infantil e no processo de aprendizagem. Para isso, foi necessário conhecer a realidade dos educandos e propor atividades que despertassem seu interesse e suas aprendizagens.
Vygotsky (1984,1994,1998) e Kishimoto (1993), constituíram-se nas referências básicas que fundamentaram este estudo por trazerem contribuições acerca do jogo e do brincar na educação infantil, além de tratarem da questão da socialização e constituição do ser pela interação social. A escrita deste artigo foi organizada inicialmente pela apresentação dos encaminhamentos metodológicos que conduziram a investigação, seguidos pela fundamentação teórica na qual foram embasadas algumas ideias e constatações.
Posteriormente foram trazidas as análises das observações realizadas e também das contribuições dos professores, direção da escola e alunos. Finalizando, apresentam-se as considerações que retomam a questão que originou esta investigação buscando respondê-la a partir do estudo realizado.
- METODOLOGIA A metodologia escolhida para desenvolver esse trabalho foi a pesquisa qualitativa baseada em estudos bibliográficos, observações e realização de entrevista.
- A pesquisa qualitativa, vale-se de procedimentos de coleta de dados os mais variados, o processo de análise e interpretação pode, naturalmente, envolver diferentes modelos de análise.Todavia, é natural admitir que a análise dos dados seja de natureza predominantemente qualitativa (GIL, 2008,p.141).
Neste tipo de investigação o pesquisador entra no contexto dos sujeitos conhecendo-o e compreendendo-o de modo a tornar a pesquisa mais sólida. O contexto, no caso específico deste trabalho, foi a Pré – Escola Girassol, que faz parte da Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Luiz Barchet, a qual se situa no Núcleo Habitacional Gentil Téssele, em Dona Francisca/RS.
- Foram sujeitos da investigação, os alunos da pré-escola nível A (5 anos), a professora regente da turma e a diretora da escola.
- O objetivo da pesquisa foi coletar dados que pudessem comprovar a importância dos jogos e as brincadeiras para o processo de desenvolvimento e aprendizagem de crianças em idade pré-escolar.
Como a coleta foi realizada durante a inserção na turma, para a realização do Estágio Supervisionado1, optou-se pela utilização da pesquisa participante, pois esta propicia que o pesquisador participe e interaja junto aos sujeitos da pesquisa. A pesquisa participante é apresentada como sendo aquela em que o pesquisador, para realizar a observação dos fenômenos ou da situação problema a ser investigada, compartilha a vivência (a vida) dos sujeitos pesquisados, participando, de forma sistemática e permanente, ao longo do tempo da pesquisa, das suas atividades.
(SEVERINO, 2007, p.15). Além da observação e inserção, realizou-se também uma entrevista contendo oito perguntas abertas as quais foram respondidas pela diretora da escola, professores e alunos que se dispuseram a contribuir com esta investigação. As questões estiveram focadas no tema jogos e brincadeiras na construção da aprendizagem das crianças da Educação Infantil.
Os elementos mais significativos observados durante a realização do estágio foram registrados em um diário de campo. As entrevistas foram realizadas pessoalmente, onde as respostas obtidas foram anotadas manualmente. Diante dos dados coletados através de ambos os instrumentos, organizou-se o presente artigo buscando analisá-los a luz do referencial teórico e das compreensões já enunciadas sobre a importância dos jogos e brincadeiras na construção das aprendizagens das crianças.
- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
- Para aprofundar os estudos relativos aos jogos e brincadeiras e sua relação com o processo de aprendizagem de crianças em idade pré-escolar buscou-se os referenciais teóricos de Vygotsky (1984,1994,1998) e Kishimoto (1993) os quais tem em comum o estudo sobre a importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil.
- Sabe-se que os jogos e brincadeiras estão presentes no cotidiano das crianças, sendo atividades livres e espontâneas, onde o aprendizado acontece por meio das interações com as demais crianças e com os objetos a sua volta.
Kishimoto(1993) ressalta que o brinquedo assume a função lúdica e educativa. Como função lúdica o brinquedo propicia diversão, prazer e até desprazer. E como função educativa, ensina tudo aquilo que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo.
- O jogo, aqui compreendido como o ato de envolver-se no brincar, possibilita à criança exercitar-se no domínio do simbolismo, ou seja, adentrar em mundos que se encontram apenas no seu imaginário.
- O jogo e a brincadeira permitem ao aluno criar, imaginar, fazer de conta, funciona como laboratório de aprendizagem, permitem ao aluno experimentar, medir, utilizar, equivocar-se e fundamentalmente aprender” (VYGOTSKY e LEONTIEV,1998 p.23).
O jogo está relacionado não só ao ato de jogar um jogo, mas ao de envolver-se com o brinquedo, de fantasiar, isso é jogar. “Os jogos são brincadeiras e ao mesmo tempo meios de aprendizagem” (PIAGET,1967, p.87). Assim, o jogo pode ser muito mais que uma simples brincadeira.
- Ele proporciona o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos.
- Ao brincar a criança amplia seus conhecimentos por meio das conversas e discussões que venham a acontecer durante a interação com as demais ou ainda, quando está só, através de sua própria imaginação que transforma seus brinquedos em seres animados capazes de dialogar com ela estabelecendo também uma interação produtiva em termos de aprendizagens.
“Brincar é muito importante, porque, enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também ensina hábitos necessários ao seu crescimento” (BETELHEIM, 1998, p.168.) Deste modo, a prática de jogos e brincadeiras no cotidiano escolar da Educação infantil torna-se fundamental uma vez que, por meio do brincar, as crianças, além de desenvolverem suas próprias aprendizagens, aprendem a respeitar regras e normas de convivência.
Além disso, brincadeiras e jogos, são capazes de elevar a autoestima da criança proporcionando a ela bem estar e prazer. Na Educação Infantil, os jogos e brincadeiras possibilitam às crianças se expressarem através da prática diária de atividades dirigidas que as fazem desenvolver suas capacidades motoras cognitivas e sociais.
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação.
Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais (RCNEI 1998, p.22). Percebe-se que, estimular o uso de brinquedos e jogos que favoreçam uma maior interação entre as crianças, permite que elas se comuniquem com outras pessoas expressando suas angústias e alegrias.
Brincar é também uma das formas de socialização que se propõe na escola, pois brincando as crianças aprendem a conviver em sociedade. Segundo Vygotsky (1994), A brincadeira tem um papel fundamental no desenvolvimento do próprio pensamento da criança. É por meio dela que a criança aprende a operar com o significado das coisas e dá um passo importante em direção ao pensamento conceitual que se baseia nos significados das coisas e não dos objetos.
- Assim, o educador deve incentivar e inovar nas brincadeiras e jogos, desenvolvendo atividades onde cada um possa criar, através da fala, dos gestos, das palavras e do próprio corpo, procurando sempre valorizar a expressão individual de cada um.
- Através das interações que acontecem entre as crianças, nas brincadeiras e jogos, desenvolve-se o respeito e a construção do conhecimento social, físico e cognitivo, estruturando sua inteligência e interação com o meio em que está inserida.
- RESULTADOS E DISCUSSÕES
- a) Análises a partir das observações
Ao realizar Estágio Supervisionado junto aos alunos da Pré-Escola Girassol, foi possível perceber, ao longo das cinco semanas de trabalho, que os alunos participaram de diversas atividades focadas em jogos e brincadeiras. Dentre as atividades que foram realizadas com os alunos destacam-se: ovo choco, jogo da memória, dança das cadeiras, quebra cabeça e telefone sem fio.
O objetivo de se utilizar essas atividades durante as práticas diárias foi aliar os jogos e brincadeiras às demais atividades propostas proporcionando aos alunos uma aprendizagem prazerosa, pois o brincar é fundamental para o nosso desenvolvimento. É a principal atividade das crianças quando não estão dedicadas às suas necessidades de sobrevivência (repouso, alimentação, etc.) (MACEDO, PETTY & PASSOS, 2005, pág.13).
Durante as atividades propostas os alunos se mantiveram interessados e atentos. A escola oferece infraestrutura adequada à realização de atividades lúdicas, pois conta com ginásio de esportes, bolas de futsal e vôlei, bambolês, cordas, aparelho de som, pátio amplo com parte de proteção solar e quadra de areia.
Notou-se que, de todos os espaços, a quadra de areia foi a mais bem aceita pelas crianças que demonstraram prazer e entusiasmo em realizar atividades naquele local. Quando as crianças eram estimuladas através de momentos lúdicos como a brincadeira de morto e vivo, jogos com bola, amarelinha e ovo choco, era possível perceber uma interação livre e espontânea entre elas, demonstrando satisfação na realização das atividades.
Na Educação Infantil, as crianças se relacionam e trocam conhecimentos através das brincadeiras e atividades que realizam juntas. Vygotsky (1992), afirma que a construção de aprendizagem sempre inclui relações entre pessoas. Por isso, cabe ao professor promover ações que propiciem a troca de saberes entre as várias culturas que circulam pelo espaço da sala de aula.
Através dos jogos e brincadeiras, as crianças estão aprendendo e se relacionando com as demais em um momento de alegria e descontração. O brincar é a atividade principal do dia a dia para as crianças. Pois neste momento a criança toma decisões, expressa sentimentos, valores, conhece a si, os outros e o mundo, repete ações prazerosas, partilhar brincadeiras com o outro, expressa sua individualidade e identidade, explorar o mundo dos objetos, das pessoas, da natureza e da cultura para compreendê-lo, usar o corpo, os sentidos, os movimentos, as várias linguagens para experimentar situações que lhe chamam a atenção, solucionar problemas e criar.
Mas é no plano da imaginação que o brincar se destaca pela mobilização dos significados. Enfim, sua importância se relaciona com a cultura da infância que coloca a brincadeira como a ferramenta para a criança se expressar, aprender e se desenvolver. (KISHIMOTO,2010 pág.1) Nos momentos de brinquedo livre, em sala de aula, podiam-se perceber algumas preferências dos alunos por brinquedos específicos como cavalinhos, jogos de memória e carrinhos.
- Como nem sempre havia esses brinquedos disponíveis em quantidade suficiente para que todos pudessem brincar ao mesmo tempo, era necessário, em determinadas situações, a intervenção da professora.
- Esta se mostrava dinâmica em relação os alunos obtendo deles as respostas e o respeito necessário durante suas intervenções.
Na maioria das situações, após a intervenção da professora acontecia a troca de brinquedos entre as crianças de modo que todos pudessem brincar um pouco com cada um. Na Educação Infantil a criança deve brincar e interagir com os demais, pois neste momento da brincadeira a criança se desenvolve e constrói seu conhecimento de mundo.
No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além do seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que ela é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento.
(VIGOTSKY, 2007, p.134).
- Para Vigotsky (2007), no brinquedo acontecem as maiores aquisições de uma criança, e são elas que se tornarão, no futuro, seu nível básico de ação real e moralidade.
- Desse modo o professor da Educação Infantil deve valorizar a cada dia as brincadeiras e jogos no ambiente escolar, dando liberdade à criança para a exploração de novos conhecimentos.
- b) Análises a partir das entrevistas
As entrevistas foram realizadas com duas professoras, 23 alunos e com a diretora da escola. A coleta foi feita por meio de perguntas e respostas anotadas manualmente. Cada professora foi entrevistada separadamente. As respostas dos alunos foram coletadas, em sua maioria, durante a realização das atividades diárias, conforme iam acontecendo as brincadeiras e jogos.
As perguntas iam sendo feitas em paralelo a ocorrência dos jogos e brincadeiras e posteriormente anotadas em registros diários. Após eram analisadas tais anotações e trazidas para discussão as respostas mais frequentes entre os alunos. A partir das respostas obtidas organizou-se as análises que seguem.
Os professores, quando questionados sobre a importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil, afirmaram que: Desenvolvem o raciocínio lógico e o desenvolvimento integral dos educando Para os alunos as brincadeiras e jogos preferidos são o futebol e as demais brincadeiras realizadas no ginásio de esportes.(PROFESSORAS A E B) Em relação à pergunta: Com que frequência e em que situações são utilizados jogos e brincadeiras, obteve-se as seguintes respostas das docentes: Todos os dias têm um momento disponibilizado para realizar atividades lúdicas com os alunos.
Situações: se a aula que você esta ministrando ocorre de fazer brincadeiras e jogos eles são utilizados. Mas os jogos principalmente no final de semana para dar encerramento às atividades do projeto.(PROFESSORA A) Eu uso jogos e brincadeiras todos os dias. Procuro usa-los de acordo com o conteúdo que esta sendo trabalhado tento adaptá-los conforme a necessidade.
(PROFESSORA B) Acredita-se que, se o professor organizar seus planejamentos voltados para a realização de jogos e brincadeiras, as crianças podem ser estimuladas diariamente sem ter necessidade de aliar algum conteúdo para aplicar os jogos. A brincadeira por si só pode oferecer à criança aprendizagens que são intrínsecas a ela independentemente de outros conteúdos que vem a associar-se.
- Quando questionados sobre os jogos serem educativos ou não e o porquê de suas respostas, responderam que: Sim.
- Porque desenvolvem o raciocínio lógico, a percepção visual, auditiva, tátil.e o desenvolvimento integral porque os alunos aprendem jogando.(PROFESSORA A) Acredito que são muito educativos, pois possuem regras que devem ser seguidas e isto leva as crianças a se esforçarem para ganhar ou ser melhor e não ficar sem participar.
(PROFESSORA B) Sim.porque são auxiliares na aprendizagem e trazem para o cotidiano do alunos mais prazer ao aprender. (DIRETORA) Nas respostas observa-se que todos os professores usam, no seu cotidiano, os jogos e brincadeiras como instrumentos para auxiliarem na aprendizagem e desenvolverem seus conteúdos.
- Entretanto, o brincar na educação infantil não precisa necessariamente ser auxiliar de outras aprendizagens.
- A criança precisa brincar porque precisa brincar, ou seja, ela não brinca com a responsabilidade de aprender alguma coisa, a criança brinca porque é uma atividade que ela realiza com prazer em que ela se revela e desenvolve suas habilidades nas atividades que executa.
Já na terceira questão os professores citaram algumas das brincadeiras que gostam de realizar para trabalhar os conteúdos. Brincadeiras como após ouvir e recontar uma historia,dramatizar usando roupas diferentes que não se referem a historia,ouvir uma historia e após criar movimentos variados com o próprio corpo.Cores após trabalhadas com varias atividades os alunos tiram de uma caixa surpresa pequenos objetos coloridos e vão dizendo aos colegas os nomes das cores,após criar desenhos ou formas variadas.Belo anel,ovo choco,bilboquê,telefone sem fio,dança das cadeiras.
(PROFESSORA A) Gosto das brincadeiras que podem ser feitas no pátio ou no Ginásio como: jogos de bola, atividades com comandos diferentes/variados, brincadeiras com cordas, bamboles, pés de lata etc.(PROFESSORA B) Ao analisar as respostas das professoras observou-se que as mesmas utilizam vários tipos de brincadeiras e jogos no dia a dia e compreendem a importância de aliar as brincadeiras e jogos ao aprendizado das crianças.
Essas atividades trazem muitos benefícios, mas as professoras dizem que trabalhar com jogos e brincadeiras, exige que o professor se prepare com mais tempo e procure mais recursos para aliar o brinquedo ao conteúdo que está sendo trabalhado no momento.
Percebe-se com isso que a falta de um planejamento mais elaborado dificulta a dinamização de jogos e brincadeiras no cotidiano da escola. As professoras, por motivos intrínsecos a seus contextos de vida, formação e trabalho, em geral, planejam suas aulas mais focadas no ensino tradicional com atividades repetitivas como a leitura de livros para as crianças onde após esta, elas devem realizar tarefas como desenhar, pintar, recortar e colar.
Assim, evidencia-se a necessidade de uma maior dedicação, por parte dos professores, à construção de planejamentos que priorizem atividades lúdicas e deixem um pouco de lado o ensino meramente expositivo. Quando questionados sobre o que mais agrada aos alunos e lhes chama atenção, obtiveram-se as seguintes respostas: Todas as brincadeiras eles gostam.
- O que mais agrada aos alunos são brincadeiras dirigidas e dinâmicas,brincadeiras livres na areia e no ginásio.(PROFESSORA B)
- Eu adoro brincar de bola. (ALUNO A)
- Eu gosto de pular corda. (ALUNO B)
Todos os entrevistados entre alunos e professores gostam de atividades lúdicas e assim percebe-se que “o brincar é agradável por si mesmo, aqui e agora.” (MACEDO, PETTY &PASSOS, 2005, pág.14). As brincadeiras e jogos proporcionam momentos de prazer às crianças, pois brincando, aprendem como se desenvolver.Os jogos sempre foram experiência de troca do conhecimento e ao brincar elas se relacionam e aprendem a se respeitar no contexto escolar.
(Ibid,2007,pág.31) Percebe-se uma forte ligação entre o jogo, a aprendizagem e o prazer que a criança demonstra ao jogar. “O jogo aumenta o aprendizado, garante a diversão num contexto que reúne não só prazer e fantasia, mas também regras”. (REVISTA NOVA ESCOLA, 2007, pág.28) Nas brincadeiras as crianças são capazes de se relacionar e desenvolver suas capacidades, facilitando ao educador avaliar cada criança em sua totalidade, através de seus movimentos e ações ao interagir com os demais.
Desse modo, cabe ao educador saber explorar e organizar os espaços, disponibilizando às crianças os materiais que possam facilitar sua aprendizagem através dos jogos e brincadeiras. Ao organizar esses espaços o educador já deve ter em mente o que e como vai auxiliar as crianças, possibilitando às mesmas a construção de sua própria autonomia.
- Outro questionamento feito às professoras foi sobre o interesse dos alunos em relação às brincadeiras.
- A professora A, afirmou que: “O interesse é muito grande e eles pedem quando a professora não sugere as mesmas”.
- Já a professora B, disse que: “os alunos solicitam muito, todos os dias para que tenha o tempo para brincar independente do que for ser atividade”.
Percebe-se que os alunos solicitam diariamente que se tenha o momento das brincadeiras e jogos, pois elas esperam por este momento de prazer e de aprendizagens diferenciadas. Isso justifica a necessidade de introduzir os jogos e brincadeiras no cotidiano das crianças para que as mesmas possam aprender e brincar ao mesmo tempo.
- Sobre a escolha das brincadeiras e jogos as professoras disseram que:
- Às vezes se dá conforme a atividade que esta sendo desenvolvida é a professora e as outras são os próprios alunos que escolhem o que querem brincar.(PROFESSORA A)
- Costumo dirigir geralmente a hora de brincar e o que brincar,também tem um dia por semana no qual eles escolhem do que querem brincar e jogar.(PROFESSORA B)
Percebe-se que as professoras costumam escolher as brincadeiras e jogos que serão realizados, mas oferecem aos alunos em alguns momentos em que eles possam também expor suas escolhas. Assim, em geral, quem orienta as brincadeiras e jogos são as professoras, que o fazem, quase sempre, pensando em brincadeiras que proporcionarão melhores aprendizagens.
Contudo, deixam claro que, em determinados momentos, permitem aos alunos brincarem do que eles têm vontade, proporcionando assim satisfação em ambas as partes. Segundo o documento Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças, oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis.
Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeira ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais.
- Outro questionamento realizado foi se o professor recebe capacitação para aperfeiçoar seu desempenho na sala de aula com os alunos.
- Sim recebemos anualmente cursos de aperfeiçoamento.(PROFESSORA A)
- Recebemos alguns cursos de capacitação e aperfeiçoamento para o nosso trabalho, mas o mais importante é eu me dispor a buscar atividades novas, interessantes dentro da minha realidade escolar e desacomodar,não ter preguiça ou medo de por em pratica. (PROFESSORA B)
As professoras recebem cursos de aperfeiçoamento e demonstram ter interesse em formações que foquem a questão dos jogos e brincadeiras. O que talvez impeça uma efetiva implementação de práticas mais lúdicas em sala de aula seja justamente a falta de tempo e de motivação para organizar e planejar os melhores meios de aplicar os jogos e brincadeiras no cotidiano das aulas da educação infantil.
- Através das brincadeiras e jogos as crianças são estimuladas tanto no seu crescimento intelectual como pessoal.
- Compreende-se, assim, que se o professor buscar meios e diferente maneiras de desenvolver os jogos e brincadeiras em sala de aula estará proporcionando aos alunos satisfação ao aprender e brincar.
Como último questionamento foi trazida a discussão de como um jogo pode ser considerado educativo. Para a professora A, é “quando ele vem auxiliar no desempenho e desenvolvimento do educando”. Para a professora B, os jogos educativos são todas aquelas atividades que despertam no aluno o interesse, o gosto e o prazer de vir a aula e aprender de uma forma prazerosa aquele conteúdo em estudo.
São educativos pois precisam cumprir normas, alcançar os objetivos propostos, despertar o gosto pelo estudar e são uma forma de aprender limites e controle emocional.(PROFESSORA B) Percebe-se assim que as professoras compreendem que os jogos são educativos, independentemente da forma como são desenvolvidos.
CLAPARÉDE (1956) apud KISHIMOTO (1993) faz referência a isso afirmando que todos os jogos são, por sua própria essência, educativos. Ao final desta análise pode-se perceber que os professores são sabedores da importância de aliar os jogos e brincadeiras ao seu cotidiano de trabalho.
- Deste modo, torna-se papel dele próprio buscar utilizar, em seu cotidiano jogos e brincadeiras como aliados no processo ensino aprendizagem.
- Isso, porém, requer que os mesmos disponham de tempo, interesse, materiais adequados e também incentivos para tal.
- Considerações Finais A presente investigação teve por objetivo apresentar algumas constatações e problematizações que envolvem o tema Jogos e Brincadeiras na construção das aprendizagens de crianças da Educação Infantil.
Ao final deste trabalho, pode-se afirmar que os mesmos são importantes para o aprendizado das crianças. Contudo, nem sempre se fazem presentes no cotidiano das escolas, pois exigem planejamentos mais elaborados e demandam mais tempo e envolvimento por parte do professor.
Constatou-se, por meio das entrevistas, que os docentes compreendem a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento das aprendizagens, sendo considerados educativos justamente por contribuírem para o desenvolvimento integral do aluno. Contudo nem sempre os apresentam aos alunos por compreenderem que ações como esta demandariam mais tempo e dedicação na elaboração dos planejamentos.
Percebe-se assim que o professor deve planejar, incluir os jogos e brincadeiras nas atividades cotidianas de modo a tornar as aulas mais dinâmicas e atrativas para os alunos. Os jogos e brincadeiras são atividades que identificam os seres humanos em diferentes espaços e tempos, contribuindo para a construção da vida social e coletiva, fortalecendo a prática social e criando laços de solidariedade entre os sujeitos que delas participam.
- Portanto, ao final desta pesquisa, observando as aulas e entrevistando professores e alunos, pode-se constatar que há um reconhecimento sobre a importância dos jogos e brincadeiras na construção das aprendizagens das crianças da educação infantil.
- Nisso reside a relevância desta pesquisa para a Educação, e em especial, para a Educação Infantil.
Com este estudo evidenciou-se a crescente necessidade de inserção dos jogos e brincadeiras na escolarização das crianças, pois por meio deles é possível construir aprendizagens mais significativas e conectadas aos reais anseios e necessidades da criança.
- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMBIENTE MOODLE.
- Material Disponível na disciplina de Pesquisa em Educação III – Bases Metodológicas.
- Consulta realizada em 24 de outubro de 2012, às 16:00 horas. BRASIL.
- Ministério da Educação e do Desporto.
- Secretaria da Educação Fundamental.
- Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil.
Brasília: MEC/SEF,1998.v.1 – 3. GIL, A.C.Como elaborar projetos de pesquisa.São Paulo: Atlas, 2008 KISHIMOTO, T.M. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação.Petrópolis,RJ: Vozes,1993 MACEDO,L.SÍCOLI, A.L, CHRISTE, N. Os jogos e o lúdico na aprendizagem escolar.Porto Alegre: Artmed, 2005.
NOVA ESCOLA. Revista de_Educacao_infantil. Edição Especial nº 15, Agosto, 2007. QUEIROZ, T. e MARTINS, J.L. Jogos e Brincadeiras de A a Z. EDITORA Rideel2002. QUEIROZ, T.D.Dicionário Pratico de Pedagogia.1.ed. São Paulo: Rideel,2003 VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991. VYGOTSKY, L.S.
Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1994. VYGOTSKY, L.S. e LEONTIEV, ALEXIS. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Edusp,1998. TAILLE, Yves de L., OLIVEIRA, M.K., DANTAS, H., Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão.
O que é um jogo de fabricação?
As concepções de jogos para Piaget, Wallon e Vygotski
As concepções de jogos para Piaget, Wallon e Vygotski Las concepciones de los juegos para Piaget, Wallon y Vygotski The concepts of games Piaget, Wallon and Vygotski | |||
* Graduanda de Licenciatura em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), PR. ** Graduanda de Licenciatura em Educação Física
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Jessica Martins Marques Luiz* Ana Carolina Belther Santos** Francielli Ferreira da Rocha* Soraia Camila de Andrade* Yara Galinari Reis* | ||
Resumo |
O presente estudo trata da concepção de jogo de diferentes autores, pois o jogo encontra-se presente em todo processo de aprendizagem e formação das crianças, além de ser um recurso didático que auxilia no ensino. Tal pesquisa objetivou abordar os jogos na concepção de três diferentes teóricos do desenvolvimento cognitivo: Piaget, Vygotski e Wallon, de maneira que as contribuições advindas do jogo sejam relacionadas ao desenvolvimento da criança.
O estudo caracteriza-se por pesquisa bibliográfica, englobando as produções já publicadas. Um significado generalizado o jogo parte do principio de ser um conector entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais. Com isso, verifica-se a importância do jogar e brincar, em que a criança irá “modelar” o mundo a sua volta, apropriando-se de experiências, informações, atividades, atitudes e valores.
Unitermos : Jogo. Piaget, Vygotski. Wallon. Abstract The present study deals with the design of set of different authors, because the game is present in every process of learning and education of children, in addition to being an educational resource that assists in teaching.
This research aimed to address the design of games in three different theorists of cognitive development: Piaget, Vygotski, and Wallon, so that the contributions coming from the game are related to child development. The study is characterized by literature, encompassing the productions already published.
A generalized meaning of the principle of the game to be a connector between the motor aspects, cognitive, emotional and social. With this, there is the importance of play and play, the child will “model” the world around them, appropriating experiences, information, activities, attitudes and values.
- Eywords : Game.
- Piaget, Vygotski. Wallon.
- EFDeportes.com, Revista Digital,
- Buenos Aires, Año 19, Nº 195, Agosto de 2014.
- Introdução Em diversos momentos de nossa vida nos deparamos com a palavra jogo, pois, encontra-se presente no cotidiano e na sociedade, e cada vez ganho maior espaço.
- Os jogos e as brincadeiras são considerados umas das atividades mais realizadas pelas crianças, por se tratarem de atividades prazerosas e que além de educativas transmitem alegria.
Os jogos são considerados atividades espontâneas e voluntárias, presentes no cotidiano das crianças, favorecendo assim, o desenvolvimento, não só físico, como também mental, afetivo e o social. “O jogo satisfaz as necessidades das crianças, especialmente a necessidade de ação.” (COLETIVO DE AUTORES apud MARQUES e KRUG, 2009).
- Porém essa concepção não era vista como benéfica, haja vista, que durante muito tempo o jogo apresentava algo com pouca importância sem despertar curiosidade nos mais estudiosos, sendo o jogo posto como uma atividade infantil, com pouco valor em si próprio.
- A prática de jogos deve tentar relacionar alegria, espontaneidade, prazer e não constrangimento da criança.
Jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana (HUIZINGA, 2007, p.33).
O jogo, claro, está presente na escola. Para a Educação Física, o jogo é considerado uma prática corporal de expressividade humana. É importante a escolha de um jogo e dos meios adequados para oferecê-lo à criança, particularmente quando visamos retirar dele o maior proveito educativo. Advém disso a necessidade de transferir à escola as mesmas motivações que a criança encontra para jogar fora desse espaço.
(PIMENTEL, 2004, p.57) Ainda no contexto da educação física escolar, é importante ressaltar que segundo Marques e Krug (2009) é importante a utilização de uma metodologia adequada para se trabalhar o jogo, pois, o mesmo trata-se de um conteúdo necessário para o crescimento psicomotor, cognitivo e afetivo-social, valorizando sempre as experiências e limitações, e, além disso, permitir uma interação e proporcionar cooperação entre os alunos, objetivando uma busca constante da descoberta e da aprendizagem.
O jogo possibilita ao aluno transformar a realidade na qual se encontram ao mesmo tempo refletir sobre a prática do jogo no sentido conceitual e atitudinal. Vale ressaltar a importância de o educador oriente sua atuação, no sentido de variar e aumentar o repertório das crianças, tanto referente à lingüística como também culturalmente.
O professor, portanto, deve estimular o imaginário do aluno, para que as atividades que serão realizadas sejam enriquecidas, tornando-se cada vez mais complexas com as relações que vão se constituindo. O educador deve ser cauteloso ao escolher uma atividade para realizar para criança uma vez que visa a compreensão e conhecimento da mesma, deve ter cuidado e clareza nos objetivos.
Assim o brincar deve ser considerado uma atividade fundamental para construção cultural e de sua personalidade. De acordo com o que temos como referência de jogo, fazemos uma interpretação de que seja igual ao ato de brincar, podendo ser expressa até mesmo pelo comportamento do bebê, no momento em que buscam compreender os gestos, sons, imagens, ao seu redor, a partir da imitação.
Alguns fatores se tornam relevantes para caracterizar um jogo como: a) É de caráter livre, não devendo ser imposto por uma necessidade física ou por uma obrigação moral, sendo executado nas horas livres sem compor uma tarefa. b) Faz com que deixemos a esfera real de nossa vida partindo para uma de atividade.
- Exemplo: a criança consegue/sabe diferenciar o fazer de conta da realidade.
- C) Tem-se presente o isolamento e a limitação, ou seja, o jogo ganha espaço fora da vida comum, considerando tempo e espaço (duração e lugar).
- Quando esta praticando tudo passa a ser movimento, sucessão, associação, separação.
d) O jogo é considerado um fenômeno cultural, é mantido na memória, podendo tornar-se tradição. e) O jogo cria ordem, mesmo por um tempo limitado. f) O jogo desenvolve uma tensão, visto que os jogadores querem ser vitoriosos. Essa tensão deve desenvolver um caráter ético, na proporção em que o jogador, a capacidade espiritual e a lealdade são avaliadas.
- Desta forma, este estudo tem como objetivo abordar os jogos na concepção de três diferentes teóricos do desenvolvimento cognitivo: Piaget, Vygotski e Wallon, de maneira que as contribuições advindas do jogo sejam relacionadas ao desenvolvimento da criança.
- A metodologia empregada é a pesquisa bibliográfica, onde utilizaremos fontes já publicadas para o levantamento de dados.
O jogo na concepção de Piaget Para entender qual a concepção de jogo para Piaget é necessário que conheçamos pelo menos minimamente o que o ele estudou a respeito do desenvolvimento cognitivo. Por meio de seus estudos Piaget passa a acreditar que todos os seres humanos se desenvolvem passando por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis, as quais denominaram estágios e períodos do desenvolvimento.
Sendo assim, o desenvolvimento cognitivo de uma criança é visto como uma evolução gradativa na qual o grau de complexidade aumenta simultaneamente ao nível de aprendizado que vai sendo adquirido. Estes estágios segundo Piaget são caracterizados a partir da maneira como cada indivíduo interage com a realidade, ou melhor, a forma como cada pessoa organiza seus conhecimentos visando sua adaptação, ocorrendo então mudanças significativas e progressivas nos processos de assimilação e acomodação.
Levando em consideração que de acordo com os estudos piagetianos a criança se desenvolve a partir da inter-relação com o meio, foi criada a teoria do desenvolvimento intelectual por estágios, cujo ponto de partida é o egocentrismo, em que a criança não se vê separada do mundo, ou seja, não considera a existência de um mundo externo.
- Este pode ser explicado citando uma criança que quando pequena não vê a necessidade de explicar aquilo que diz, pois está ciente de que está sendo entendida.
- Conforme a criança vai se desenvolvendo e o sistema não responde mais à novidade este tem que ser mudado, caracterizando assim o desenvolvimento da inteligência.
Essas mudanças fazem com que o egocentrismo diminua devido à maior interação da criança com o meio. As fases do desenvolvimento cognitivo segundo Piaget são: sensório motor (0 a 2 anos), pré-operatório (2 a 7 anos), operatório-concreto (7 a 12 anos) e operatório-formal (a partir dos 12 anos).
- No sensório-motor, a criança baseia-se principalmente em percepções sensoriais e esquemas motores para a resolução de seus problemas.
- Neste estágio acredita-se que a criança não tem pensamentos uma vez que não dispõe da capacidade de representar eventos assim como referir-se ao passado e ao futuro.
- É importante saber que até então a criança age sobre o meio por ações reflexas, e que vai adquirindo noções de tempo, espaço e causalidade através do convívio tido com o ambiente.
A etapa pré-operatória é caracterizada pelo aparecimento da linguagem oral e é a partir daí que a criança começa a formar esquemas simbólicos com os quais a mesma consegue substituir ações, pessoas, situações e objetos por símbolos (palavras). O pensamento nesta fase do desenvolvimento é conhecido como pensamento egocêntrico (pensamento não flexivo, que tem como ponto de referência a própria criança; uma de suas características é a atribuição de sentimentos e intenções a coisas e animais – animismo) e as ações são irreversível, ou seja, a criança não consegue perceber que é possível retornar mentalmente ao ponto de partida.
- É no estágio pré-operatório que o pensamento lógico e objetivo adquirem preponderância e as ações se tornam reversíveis, portanto móveis e flexíveis.
- O pensamento passa a ser menos egocêntrico e a criança consegue construir um conhecimento mais compatível com o mundo que a rodeia (sem mistura do real com o fantástico).
Por fim, na etapa operatório-formal o pensamento se torna livre das limitações da realidade concreta, o que faz com que a criança consiga trabalhar com a realidade possível além da realidade concreta. Na concepção de Piaget, o jogo é em geral a assimilação que se sobressai à acomodação, uma vez que o ato da inteligência leva ao equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, sendo a última prorrogada pela imitação.
Conforme a criança vai se socializando o jogo vai adquirindo regras ou então a imaginação simbólica se adapta de acordo com as necessidades da realidade. O símbolo de assimilação individual dá espaço às regras coletivas, objetivos ou aos símbolos representativos ou a todos (NEGRINE, 1994). Barbosa e Botelho, em “Jogos e brincadeiras na educação infantil” afirmam que de acordo com Piaget as manifestações lúdicas acompanham o desenvolvimento da inteligência uma vez que vinculam-se aos estágios de desenvolvimento cognitivo.
Seguindo a idéia mencionada por Negrine de que na teoria piagetiana a assimilação e acomodação são levadas ao equilíbrio no ato da inteligência, é cabível dizer que ao jogar na atividade lúdica infantil a criança assimila novas informações bem como as acomodam nas suas estruturas mentais.
Para Piaget, o jogo constitui-se quando a assimilação é produzida antes da acomodação, sendo então o jogo considerado um complemento da imitação. Considerando a imitação, este autor reconhece a existência de seis estágios progressivos e a partir desses estágios define três grandes tipos de estruturas mentais que surgem na evolução do brincar: o exercício, o símbolo e a regra.
Antes de discutir essas estruturas mentais é importante entender ainda que de forma bem simplificada os estágios da imitação.
- Quadro 1. Estágios da imitação e suas características
- (Negrine, 1994)
Como já dito anteriormente, Piaget classifica os jogos em: de exercício, simbólicos e de regras. Para tanto é importante lembrar que segundo este autor deve haver uma variação de conteúdo dos jogos de acordo com a realidade do meio físico e social da criança, bem como, o jogo procede por relaxação do esforço adaptativo, assim como por meio do exercício das atividades, somente pelo prazer de dominá-las e de extrais delas um sentimento de virtuosidade ou potência.
(NEGRINE, 1994, p.4). Sendo assim, Piaget define jogos de exercício como podendo ser jogos de exercício de pensamento como jogos sensório-motores, sendo que ambos estão relacionados ao prazer funcional ou “à tomada de consciência de novos poderes” (XAVIER). De acordo com Negrine (1994), Piaget afirma que nos jogos de exercício não há necessidade de pensamento nem estrutura representativa especialmente lúdica, diferentemente do jogo simbólico que requer a representação simbólica de um objeto ausente.
Os jogos simbólicos por sua vez, segundo Piaget citado por Barbosa e Botelho (2008), aparecem no final dos dois anos de idade, com o aparecimento da função simbólica (representação de um objeto ausente) quando a criança entra no estágio pré-operatório do desenvolvimento cognitivo.
Desta forma, no jogo simbólico a criança finge ser outrem, atribui novas funções a objetos ou se imagina em alguma situação. Para que aconteça essa forma de jogo é necessário que a criança tenha desenvolvido a representação simbólica uma vez que ela reproduzirá a realidade, será uma cópia da mesma e em seu imaginário pretende viver e simular a realidade a modificando de acordo com seus interesses.
Por fim, os jogos de regra, de acordo com Piaget aparecerão a partir dos 4 ou 5 anos de idade, quando a criança larga o jogo egocêntrico, no entanto é somente próximo dos 7 anos que a criança consegue verdadeiramente se submeter a regras. É neste tipo de jogo que a criança começa a se adaptar com a vida em sociedade sendo que as leis (regras do jogo) que fazem com que o grupo se torne coeso e busquem um objetivo em comum: jogar.
Vale lembrar que as crianças neste momento não questionam as regras, apenas as cumprem. O jogo na concepção de Wallon De acordo com a teoria de Wallon o desenvolvimento humano deve ser considerado nos vários campos funcionais que distribuem a atividade infantil, pois a criança deve ser contextualizada nas relações com o meio.
Deste modo, o desenvolvimento irá ocorrer tanto em ambientes físicos como nos ambientes sociais, dois fatores importantes para a formação da personalidade. Esta realiza a integração de duas funções principais: a afetividade e a inteligência. No início do desenvolvimento a criança não vê suas interações separadas do parceiro, porém com o tempo a criança vai perdendo esse papel e individualizando.
Para Wallon o homem nasce social e vai se individualizando no decorrer do desenvolvimento. O desenvolvimento envolve a afetividade, motricidade e inteligência. O autor enfatiza o papel da emoção em sua teoria, visto que, através dela estabelecem vínculos afetivos. A afetividade esta intimamente ligada á motricidade, como desencadeadora do desenvolvimento da ação e psicológico da criança.
Segundo Wallon a aquisição motora desempenha progressivamente um crescimento para o desenvolvimento individual, é por meio do corpo e da projeção motora que a criança estabelece a primeira comunicação com o meio, por isso a criança deve ter oportunidade de brincar.
- Wallon classifica infantil como sendo sinônimo de lúdico, quer isto dizer, que o período infantil é a fase, no qual predomina o lúdico e nossa criatividade de forma mais espontânea.
- Sabemos que é através das brincadeiras que as crianças estabelecem relação com o meio, interagem com o outro, para construir sua própria identidade e desenvolver sua autonomia.” (FREIRE et al, p.1).
O brincar irá contribuir para o crescimento da criança e conseqüentemente auxiliar no desenvolvimento da mesma. Assim jogo seria uma atividade voluntaria, livre da criança e quando imposta por outra pessoa perde-se o caráter de jogo e passa a ser caracterizado com um trabalho ou ensino.
- Jogos Funcionais: São caracterizados por realizar movimentos simples com o corpo, por meio dos sentidos. A criança irá reconhecer o prazer em executar funções, possibilitando de por em ação/prática as várias e novas aquisições adquiridas pela evolução da motricidade. Essas atividades são caracterizadas como “lei do efeito”, ou seja, a criança quando realiza uma ação agradável, ela tende a repetir buscando o prazer através da repetição. Exemplos: mover os dedos, tocar objetos, produzir ruídos e sons, dobrar os braços ou as pernas, entre outras.
- Jogos de Ficção: A ênfase será no “faz de conta”, na situação imaginária. A criança irá representar/ imitar situações, papéis do seu cotidiano. Exemplos: imita os adultos, brinca de imitar a escolinha. A interpretação nesta atividade será ampliada.
- Jogos de Aquisição: Quando o bebê se esforça para perceber, entender, imitar os gestos, os sons, imagens. Esta atividade relaciona com a capacidade de olhar, escutar e realizar esforços que contribuam para a compreensão.
- Jogos de Fabricação: A criança irá distrair-se, se divertir com atividades manuais de criar, combinar, juntar e transformar. Estes jogos fazem parte de causa ou conseqüência do jogo de ficção, podendo se confundir no mesmo. Exemplo: Quando a criança cria e improvisa o seu brinquedo. Esses brinquedos serão a maioria “vinda” da vida fictícia.
Os jogos são importantes, pois a criança confirma as múltiplas experiências vivenciadas, como: memorização, enumeração, socialização, articulação sensoriais, entre outras. De acordo com as idéias de Wallon os jogos para criança tem papel de progressão funcional, já para o adulto tem papel de regressão, uma vez que, o homem quer se desligar o mais rápido das atividades lúdicas (deixar de ser criança), aproximando-se das atividades como o trabalho.
- Mesmo sendo visto como uma quebra ás disciplinas as crianças não ignoram apenas colocam sob as necessidades das ações lúdicas.
- É importante o papel de um adulto/educador presente em todas as fases desenvolvimento da criança, pois será capaz de intervir adequadamente no jogo infantil, estacando o progresso e possibilitando maior crescimento.
Por conseguinte, o adulto deve ser um facilitador e não um jogador do jogo. Para WALLON (1979) a compreensão infantil é uma simulação que vai da outra pessoa a si mesmo e de si mesmo ao outro. A imitação quando funciona como um meio para que haja essa fusão, representa uma ambivalência na qual explica algumas oposições, no qual o jogo encontra alimento.
Concepção de jogo para Vygotski Vygotski estuda o desenvolvimento humano considerando os aspectos social ou cultural dos indivíduos e apresenta estudos sobre o papel psicológico do jogo para o desenvolvimento da criança; a palavra jogo deve ser entendida como brincadeira, Caracterizando o brincar da criança como imaginação em ação, um dos elementos fundamentais.
Com isso, é importante investigar as necessidades, as motivações e as tendências que as crianças manifestam e como se satisfazem nos jogos, a fim de compreendermos os avanços nos diferentes estágios de seu desenvolvimento, segundo Negrine 1995: O surgimento de um mundo ilusório e imaginário na criança é o que, na opinião de Vygotski, se constitui “jogo”, uma vez que a imaginação como novo processo psicológico não está presente na consciência da criança pequenas e é totalmente alheia aos animais.
- NEGRINE, 1995 p.10).
- O autor acredita ainda que o brinquedo também comporta uma regra relacionada com o que está sendo representado.
- Assim, quando a criança brinca de médico, busca agir de modo muito próximo daquele que ela observou nos médicos do contexto real.
- A criança cria e se submete às regras do jogo ao representar diferentes papéis, não se importando com o ganhar ou perder, pois o fato de estar brincando já lhe proporciona prazer.
Trazendo o papel da imitação, onde a criança faz aquilo que ela viu o outro fazer, mesmo sem ter clareza do significado da ação. Aos poucos deixa de repetir por imitação, passando a realizar a atividade conscientemente, criando novas possibilidades e combinações.
- Por isso a imitação não pode ser vista como uma simples repetição mecânica dos movimentos e modelos, pois quando a ela age imitando está construindo novas possibilidades e se desenvolvendo tanto psicologicamente como fisicamente.
- Jogo imaginário e representativo das crianças As crianças representam nos jogos aquilo que vivenciam em seu dia-a-dia, como por exemplo: “mamãe e filhinha”, “policia”, “de casinha”, nesses casos ela não cria, mas reproduz também aquilo que vêem na mídia, nos desenhos, seriados, filmes infantis; é evidente que quando Vygotski realizou seus estudos os meios de comunicação não eram tão avançados, mas conforme afirma NEGRINE, 1995, independente da época, O jogo é sempre uma atividade com objetivos, isto é, seu propósito decide o jogo e justificativa a atividade, sendo o objetivo o fim último, que determina duas variáveis relevantes nos jogos da criança.
(NEGRINE, 1995 p.10). Negrine 1995 aponta que para Vygotski se por um lado o jogo trás certa liberdade para a criança, por outro está liberdade é ilusória porque as crianças estão subordinadas ao significado das coisas e desenvolvem seu pensamento abstrato.
Durante o jogo ela passa para o campo da realidade aquilo que era uma imaginação e são nos jogos coletivos que elas desenvolvem o controle do seu próprio comportamento e depois se desenvolve o controle voluntário. Vínculo do jogo com o desenvolvimento Para Vygotski o vinculo do jogo com o desenvolvimento é tudo aquilo que interessa à criança é a realidade do jogo, já que na vida real a ação domina o significado, no qual há uma transferência onipresente do comportamento do jogo para a vida real.
No jogo a criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, isto permite que a criança esteja acima de sua idade média, que através do jogo contem tendências evolutivas que é considerada fonte de desenvolvimento. Segundo Vygotski a zona de desenvolvimento proximal, se refere às funções, que não estão totalmente amadurecidas, mas que estão em processos.
Afirma ainda que a zona de desenvolvimento proximal é que vai determinar o nível real desse processo em que a criança se encontra. Segundo o relato de experiência de Negrine (1995) apresenta que a tentativa de realizar uma atividade sozinha sem sucesso, há uma desistência e passa a ajudar os próximos, com essa cooperação a criança vota em sua atividade individual, e começa a sua própria criação, não como forma de copia mas de uma forma de desenvolvimento da aprendizagem.
(tentei não consegui sozinho, ajudo o colega observo que consigo, e volto realizar sonho minhas atividades, podendo reconstruir sozinho) As tarefas cooperativas pode auxiliar no desenvolvimento das crianças, quando falamos do processo de desenvolvimento da criança não podemos esquecer as ações dom professor, isto é qual é a relação do discente em relação aos jogos das crianças, ate onde o professor interfere nessa criação.
- O professor pode atuar em duas situações, uma em normas como fechamento e outra como norma como abertura.
- A norma como fechamento é quando o professor determina tudo o que deve ser feito pela criança no tempo e no espaço do jogo.
- Essa forma de conduzir as atividades pode ter a perca da espontaneidade das crianças, isto é as crianças perde a sua criatividade.
A norma como aberta, é aquela que a atuação do professor planeja atividades lúdicas no qual as crianças: a) Transite em diferentes espaços em diferentes formas. b) Vivencias corporais de diferentes formas e estilos. Nesse sentido Vygotski afirma que a criança avança essencialmente através de atividades lúdicas, isto é para um melhor desenvolvimento da criança é indicado o trabalho de norma como aberta, no qual se trabalha a ludicidade com as crianças.
O jogo imaginário e representativo das crianças: situação imaginaria da criança que esta próxima ao real. A essência do jogo é a nova relação que se cria entre o campo do significado e o campo real que, seria a relação entre a imaginação que só existe no pensamento e situações reais. Para Vygotski, tão somente uma analise interna e profunda do jogo permite determinar o percurso de suas mudanças e seu papel no desenvolvimento.
Trazendo essas informações para a educação física, percebemos que é nessa disciplina que o aluno terá mais possibilidades de trabalha essa zona de desenvolvimento, possibilitando mais vivencias com a criação e imaginação. Conclusão Entre as diversas concepções de jogo abordamos neste trabalho o jogo na percepção de Piaget, Vygotski e Wallon.
- Um significado generalizado o jogo parte do principio de ser um conector entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais.
- Com isso, verifica-se a importância do jogar e brincar, em que a criança irá “modelar” o mundo a sua volta, apropriando-se de experiências, informações, atividades, atitudes e valores.
Assim o ato motor que inicia-se na vida fetal, vai difundir-se no espaço exterior através do ato voluntario, dando origem ao jogo. A criança vai adquirindo prazer em brincar com o corpo vai desenvolvendo uma aprendizagem progressiva de domínio do corpo.
A primeira atividade que a criança desempenha é o brincar e é através desse brincar, que será estimulada para o mundo, sendo o inicio de uma série com outras atividades que se desencadeiam à medida que se tornam ação, levando-a a reconhecer novas formas de aprendizagem, numa dialética permanente entre o eu e o mundo.
Os jogos podem a vir contribuir para o processo de formação do conhecimento, participando como mediador das aprendizagens significativas, ao mesmo tempo em que contribui para as atividades didático-pedagógicas durante qualquer aula. No entanto, a contribuição de jogo referente ao desenvolvimento das atividades pedagógicas, irá resultar da concepção de jogo, criança, aprendizagem e desenvolvimento.
O jogo tem o papel de despertar na criança a descoberta e o prazer, sendo ao mesmo tempo uma tradução do contexto sócio-cultural-histórico refletido na cultura, ou seja, as experiências. De acordo com a pesquisa e análise realizada pelo trabalho proposto percebemos as várias concepções de jogo na percepção dos pensadores: Piaget, Vygotski e Wallon, verificando a importância que cada um faz do jogo para o desenvolvimento da criança, ao mesmo tempo em que é muito relevante para a nossa área de Educação Física conhecer, reconhecer e saber aplicar os tipos de jogos para as crianças, tal como para o seu desenvolvimento, cognitivo, afetivo, motor e social.
Referências
- EU ESCREVO – DIRETÓRIO DE ARTIGOS. As concepções de jogos para Piaget, Wallon e Vygotski. Disponível em: http://www.euescrevo.com.br. Acesso em: 05 nov.2012.
- BARBOSA, S. L; BOTELHO, H.S. Jogos e brincadeiras na educação infantil. Lavras, 2008.
- FREIRE, A. Cleudo, et al. O jogo segundo a teoria de desenvolvimento humano de Wallon, Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Pedagogia/jogo_teoria_do_desenvolvimento.pdf. Acesso em: 6 nov.2012.
- MARQUES, Marta N.; KRUG, Hugo, N. O jogo como conteúdo da Educação Física Escolar.2009.
- NEGRINE, Airton. Concepção do jogo em Piaget. In: _ Aprendizagem & Desenvolvimento Infantil: Simbolismo e Jogo. Porto Alegre: Prodil, 1994, p.32-45.
- NEGRINE, Airton. Concepção o jogo em Vygotski: uma perspectiva psicopedagógica, Rev. Movimento, n.02, ano 02, 1995.
- PIMENTEL, Alessandra. Jogo e desenvolvimento profissional: análise de uma proposta de formação continuada de professores. São Paulo, 2004.
- VELOSO, R. Rosangela; SÁ, M.V. Antônio. Reflexões sobre o jogo: conceitos definições e possibilidades.2009. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 132.
- XAVIER, Regina. A formação do símbolo. Disciplina e Teleducação I. Disponível em: http://paginas.ucpel.tche.br/~trilhote/form_simb.html. Acesso em: 06 nov.2012.
Outros artigos
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 195 | Buenos Aires, Agosto de 2014 © 1997-2014 Derechos reservados |
As concepções de jogos para Piaget, Wallon e Vygotski
Quais são os objetivos dos jogos?
Ajuda no entendimento da importância de regras e limites; contribui para o desenvolvimento de laços afetivos; promove a interação e o compartilhamento.
O que é o jogo de construção para Piaget?
Para Piaget o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade. Quando a criança joga ela assimila o mundo exterior, incorporando os objetos que a cercam ao seu eu e é assim que constrói o conhecimento.
Quais são os tipos de jogos para educação física?
Educação Física – JOGOS POPULARES
AMARELINHA | CABO DE FORÇA |
---|---|
PEGA-PEGA | DETETIVE |
PULAR CORDA | ESCONDE – ESCONDE |
CARRINHO DE ROLIMÃ | PETECA |
BATATA – QUENTE | PASSA – ANEL |
Qual a relação entre o brincar é a construção do conhecimento?
Jogos e brincadeiras: construção do conhecimento – Builders Bilingual Education Por Fernando Brandão – Professor de Cultura Brasileira A brincadeira como atividade dominante da infância é, primordialmente, a forma pela qual a criança começa a aprender, é onde tem início a formação de seus processos de imaginação ativa e, onde ela se apropria das funções sociais e das normas de comportamento que correspondem às pessoas.
- A brincadeira é o lugar principal da aprendizagem.
- Na medida em que vão crescendo, as crianças trazem para elas o que veem, escutam, observam e experimentam.
- As brincadeiras ficam mais interessantes quando as crianças podem combinar os diversos conhecimentos a que tiveram acesso.
- Nessas combinações, muitas vezes inusitadas aos olhos dos adultos, as crianças revelam suas visões de mundo, suas descobertas.
Através do simbólico, do jogo e da brincadeira, a criança irá entender o mundo ao redor, testar habilidades físicas (correr, pular), funções sociais (ser o construtor, a enfermeira, a secretária), aprender as regras, colher os resultados positivos ou negativos dos seus feitos (ganhar, perder, cair), registrando o que deve ou não repetir nas próximas oportunidades (ter mais calma, não ser teimoso).
A aprendizagem da linguagem e a habilidade motora de uma criança também são desenvolvidas durante o brincar. O brinquedo contribui no desenvolvimento da criança e no processo de ensino aprendizagem, pois estimula a capacidade de imaginação e criatividade e com isso a criança exterioriza sentimentos e vontades com base na vida real, ou seja, ele é um motivo para a ação.
Também permite que as crianças aprendam a conviver respeitando as diferenças, objetivo muito importante para o seu desenvolvimento, pois atitudes de tolerância e respeito surgem do afeto e do conhecimento mútuos. Nas brincadeiras infantis, as crianças conseguem integrar as diferenças de modo a cada uma jogar em função das suas capacidades e características, sem maiores problemas.
Pode ser que surjam dificuldades posteriormente, se antes não tiveram a possibilidade de experimentar estas relações de convivência e aceitação mútua. Apesar de ter suas particularidades, estas tendências são igualmente perceptíveis em relação às diferenças de capacidade intelectual, de gênero, sociais e culturais.
Desenvolver estas qualidades implica uma vontade explícita de intervenção educativa, tanto na família como na escola ou noutros âmbitos da comunidade, uma vez que os valores das atividades lúdicas refletem os da sociedade. Não é obra do acaso que o princípio 7.º da Declaração Universal dos Direitos da Criança reconhece a importância do brincar, equiparando-a a direitos tão reconhecidos como a alimentação ou a saúde.
- É necessário valorizar a brincadeira desde o nascimento da criança como elemento para a construção de ações sensório-motoras.
- Pela brincadeira a criança aprende a se movimentar, falar e desenvolver estratégias para solucionar problemas.
- A brincadeira permite extravasar sentimentos, auxilia na reflexão sobre a situação, criando várias alternativas de conduta para o desfecho mais satisfatório ao seu desejo.
O ato de brincar com outras crianças favorece o entendimento de certos princípios da vida, como o de colaboração, divisão, liderança, obediência às regras e competição. Jogar irá permitir à criança realizar o seu eu, construindo assim a sua personalidade e desenvolvendo a linguagem.
Qual a importância do jogo no processo de aprendizagem?
No âmbito da construção da aprendizagem, alguns jogos têm o propósito de auxiliar o aluno na aprendizagem e desenvolvimento do raciocínio matemático e conhecimentos linguísticos. Já em outros momentos, eles os auxiliam no desenvolvimento afetivo, físico-motor e social.
Quais são as principais características dos jogos e brincadeiras?
Os jogos ou brincadeiras populares fazem parte da cultura e são criados pelas pessoas ao longo do tempo passando de geração para geração. Nestes jogos, não existem regras fixas, elas podem ser criadas pelo grupo que está brincando e modificadas sempre que necessário.
O que é um jogo e quais suas características?
O jogo é definido como uma atividade lúdica com regras livremente estabelecidas pelos participantes. O esporte, por sua vez, tem regras preestabelecidas pelas diferentes instituições que regem cada modalidade esportiva, sejam ligas, federações, confederações ou comitês olímpicos.
Quais são os três tipos de jogos Segundo Piaget?
Piaget (1978) aponta três sucessivos sistemas de jogo: de exercício, simbólico e o de regras.
Qual é o nome do jogo de construir?
7- Construction Simulator – O Construction Simulator é mais uma sugestão diferenciada de jogo de construir. Nesse game, você vai sentir-se um profissional da construção civil. No Construction Simulator 2, é possível criar a própria empresa de construção e assumir o volante de 40 veículos originais e licenciados. Jogos de construir: Construction Simulator O desafio é manobrar essas máquinas corretamente, comprar os materiais certos e garantir que a tarefa seja cumprida com sucesso. Um dos destaques do jogo é a qualidade dos gráficos. Jogos de construir: Construction Simulator (escavando a terra) Jogos de construir: Construction Simulator (transporte de materiais) Jogos de construir: Construction Simulator (canteiro de obra) Jogos de construir: Construction Simulator (personagem) E aí, qual é o seu jogo de construir casa e cidades favorito? Compartilhe com a gente nos comentários!
Quais são os jogos de regras?
Os jogos de regras são jogos de convenções sensório-motoras, como por exemplo, amarelinha ou corrida; e convenções intelectuais que são jogos de tabuleiro, como xadrez, jogos de cartas ; esses jogos incluem, disputas, o que torna a regra indispensável.
Quais são as principais características do jogo?
Jogos: entre a cooperação e a competição Em termos usuais, a ideia do que é jogo costuma ser significativamente misturada com a ideia de esporte. Por isso, caracterizar o que é jogo é fundamental para, inclusive, não confundi-lo com esporte. É bastante comum que as pessoas digam que uma pessoa que pratica profissionalmente voleibol seja um jogador.
Isso não é verdade. Essa pessoa que se utiliza do esporte de forma profissional ou semiprofissional, cuja prática é revertida em termos financeiros, troféus e/ou medalhas, não é um jogador: é um atleta. Assim, de modo geral, pode-se dizer que jogador é aquela pessoa que participa de uma atividade tendo em vista o prazer que ela lhe proporciona.
As características básicas para que uma atividade seja considerada um jogo são: 1) regras mutáveis, ou seja, os jogadores podem combinar e recombinar as regras durante a prática; 2) por ser uma atividade que pode estimular tanto a competição quanto a cooperação; 3) pode ser jogado individualmente ou em grupo; 4) proporcionar prazer no ato de jogar, o que nós chamamos de recompensa intrínseca.
- Você, aluno, deve estar pensando: “se eu jogo porque eu gosto de jogar, então o lugar de jogo é na escola?”.
- Sim: o lugar do jogo é na escola.
- E sabe por quê? Porque quando jogado coletivamente, ele faz você se relacionar melhor com os seus colegas: vocês aprendem a dividir as tarefas, a cooperarem entre si; o jogo desenvolve a rapidez de raciocínio necessária para resolver problemas das mais diversas naturezas; permite que você e seus colegas joguem com as regras tradicionais e modifiquem essas regras sempre que o grupo concordar, e esse tipo de prática permite preparar você para a sua própria vida, exercitando a atitude de ouvir a opinião do outro, de ele ouvir a sua e de vocês chegarem a um acordo bom para todos.
E o melhor: além de tudo isso você ainda joga porque gosta, porque é um tipo de atividade prazerosa. É por todos esses motivos que o jogo é uma atividade escolar por excelência. E ele cabe ainda melhor na sua aula de Educação Física, já que para jogar, muitas vezes, você precisa colocar o seu corpo em movimento.
- Então, além de exercitar o raciocínio, melhorar a relação entre as pessoas, praticar a cooperação e a competição, ainda mexe com o seu corpo, diminuindo o risco de desenvolvimento de obesidade, de doenças cardíacas e de diabetes.
- Não pare agora.
- Tem mais depois da publicidade 😉 Há, também, um outro tipo de jogo que é considerado um vilão pela maioria dos pais e professores: o vídeo-game.
Nesse tipo de jogo, o jogador não tem autonomia para alterar as regras e a competição é muito mais instigada do que a cooperação; não estimula você a fazer amigos, já que é melhor jogar sozinho do que com o colega (assim você não precisa esperar a sua vez); e, por forçar você a ficar na frente da televisão, os jogos eletrônicos induzem ao sedentarismo, ou falta de atividade física.
- Olhando assim, parece mesmo que o vídeo-game é um vilão.
- Mas ele é menos vilão do que parece, uma vez que já foi comprovado que crianças que jogam vídeo-game desenvolvem uma agilidade de raciocínio bastante significativa.
- Outro fator a favor desse tipo de jogo é que já existe vídeo-game que incentiva a prática de atividade física, ou seja, combate o sedentarismo.
Parece estranho, mas é verdade: os controles desse vídeo-game são sem fio e para jogar, os participantes precisam fazer o movimento em casa, e esse é reproduzido na tela. O que houve foi praticamente uma revolução em termos de incentivo à atividade física, já que tem até academias no Canadá e nos EUA com salas apenas para prática esportiva com vídeo-game.
- Mesmo assim, não é bem melhor jogar bola fora de casa com os amigos do que vídeo-game dentro de casa? De qualquer modo, jogar é sempre bom.
- E agora você tem ainda mais argumentos a favor do jogo, do que aquele que você sempre usava: “Eu jogo porque é legal”.
- Agora você sabe que jogar traz muitos benefícios para você e para os seus colegas.
Por Paula Rondinelli Colaboradora Brasil Escola Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP Mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP Doutoranda em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo – USP : Jogos: entre a cooperação e a competição
Qual a função dos jogos como recursos pedagógicos?
Os jogos são recursos pedagógicos, pois eles não visam só o prazer, auxiliam na construção da leitura, da escrita, na matemática e na interação entre os alunos, contribuindo para o desenvolvimento social.
Qual o objetivo da construção de brinquedos na educação infantil?
Please use this identifier to cite or link to this item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20773 Share on
Title: | Importância da confecção de brinquedos a partir de materiais recicláveis na educação física escolar do ensino infantil |
SILVA, Claudiana Maria da | |
Keywords: | Educação Infantil; Educação Ambiental; Reciclagem |
Issue Date: | 21-Aug-2017 |
Citation: | SILVA, C.M. |
Abstract: | A confecção de brinquedos estimula na criança o desenvolvimento dos aspectos sociais, dentre eles a criatividade, autonomia e a socialização, elementos essências para um bom convívio em sociedade. É importante ressaltar que além desses benefícios é interessante trabalhar durante a faixa etária infantil a conscientização ambiental, visto que é fundamental para crescer um adulto consciente e responsável pelo bem estar do planeta. Diante disso, esse trabalho objetivou buscar na literatura os benefícios ofertados a criança durante o manuseio da sucata, explorando a importância do professor de Educação Física, resgatando os benefícios sociais, cognitivos e relatando a importância da Conscientização Ambiental. Para tal função nos apropriamos da pesquisa do tipo bibliográfica. Os resultados apontados foram a melhora na criatividade, socialização e Conscientização Ambiental. Concluímos que as brincadeiras e a confecção de brinquedos com materiais reciclados promovem conscientização ambiental e estimulam o desenvolvimento de aspectos sociais e cognitivos dos alunos, podendo ser usados como vivências e objetos facilitadores nas aulas de Educação Física Escolar no ensino infantil. |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20773 |
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Qual a função dos jogos como recursos pedagógicos?
Os jogos são recursos pedagógicos, pois eles não visam só o prazer, auxiliam na construção da leitura, da escrita, na matemática e na interação entre os alunos, contribuindo para o desenvolvimento social.
Qual é o objetivo principal do game design?
Foto por Suludun Diliyaer, via Pexels. No mundo dos jogos, existe um trabalho principal que torna tudo possível: o design de games. Também conhecida como design de jogo ou game design, a área é a responsável por criar jogos eletrônicos do começo ao fim para diversas plataformas, como videogames, computadores, aplicativos, entre outros.
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- De acordo com a pesquisa Games Brasil, o país é o 13º maior produtor de games no mundo e a participação brasileira vem crescendo no setor.
- Só em 2020, a importação de jogos nacionais aumentou em 600%.
- Além disso, em 2019, a empresa de games brasileira WildLife fechou o ano sendo avaliada em US$1,3 bilhão, se tornando mais uma startup unicórnio,
Tudo isso aumenta a demanda por profissionais na área.
Quais são os três tipos de jogos Segundo Piaget?
Piaget (1978) aponta três sucessivos sistemas de jogo: de exercício, simbólico e o de regras.